Um brasileiro por trás do Google Buzz

A ferramenta está disponível para quase todos os usuários do Gmail integrado ao próprio email

Filipe Serrano Agência Estado

Nada de Vale do Silício. Um dos idealizadores do Buzz nasceu aqui pertinho, em Minas Gerais. Diretor de produtos móveis do Google desde 2008, o engenheiro Hugo Barra foi um dos responsáveis pelo nascimento da rede social integrada ao Gmail. De Londres, Hugo comanda uma equipe de desenvolvedores que se estende do Canadá à Índia e liderou o projeto móvel com geolocalização do Buzz (já disponível no iPhone e em celulares com Android).

Apresentado como “uma nova forma de compartilhar e se comunicar”, o Buzz está disponível para quase todos os usuários do Gmail. Integrado ao e-mail (o ícone fica abaixo da Caixa de Entrada), pode ser usado para postar informações, como Facebook ou Twitter, ou para reunir o conteúdo do Google e outras redes sociais. De cara, ele já pergunta com quais sites você deseja se integrar YouTube, Picasa, Flickr, Google Reader, Twitter, Gtalk e Blogspot estão entre as opções — o Facebook, veja só, ainda não.

Suas atualizações nessas páginas, então, aparecem na timeline do Buzz. Sua linha de posts mistura Facebook (com o botão ‘gosto’ embutido), o visual do Digg e o sistema de respostas do Twitter (@ na frente do login para replies, que aparecem embaixo da mensagem principal). Ele funciona via web, sem a necessidade da instalação de nenhum aplicativo e, se você é usuário do Gmail, já está dentro. O uso é bastante intuitivo: basta entrar, adicionar seus contatos e começar a conversa.

“O Gmail é um produto que sempre foi inerentemente social. O Buzz intensifica isso. Você agora pode se comunicar pela sua timeline, por e-mail ou Gtalk, de forma individual ou coletiva. Ao contrário de outras redes sociais, boas em uma coisa ou outra, quisemos conciliar esses vários tipos de conversa e fazer que todas ocorram da melhor maneira”, diz Hugo.

O Buzz pretende usar o mesmo conceito do Google, ajudando o usuário a encontrar aquilo que deseja. “Com essa explosão das mídias sociais, é impossível se organizar e aproveitar todo o conteúdo. Não há ser humano capaz de digerir isso de forma tranquila. Queremos facilitar o processo de encontrar pessoas e ouvir ideias e recomendações — em que, de outro jeito, você nem prestaria atenção”.

O produto ainda pode sofrer alterações, ser melhorado. A intenção inicial, segundo Hugo, era lançar um produto simples rapidamente. “Com o tempo, vamos ouvir as sugestões dos usuários e, com isso, decidir com quais serviços nos integraremos e de que forma faremos isso. Dois dias depois que o site entrou no ar, já fizemos algumas mudanças, e isso deve continuar. Não estamos descartando conexão com o Facebook ou maior participação do Twitter”, explica.

O destino, é marcar um caminho estratégico rumo à web em tempo real, junto da busca social, e que facilitará a pesquisa por área e por proximidade de usuários. “Quanto a concorrentes, não falamos e nem prestamos atenção neles: nosso interesse é o usuário”.