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REGINA RITO – Ag. O DIA

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Heloisa Passos/Divulgação

‘Se eu fosse presidente, ia legalizar tudo’

Ângelo Antônio é movido a trabalho. Só em 2010, participou de ‘Sonhos Roubados’, de Sandra Werneck, do sucesso ‘Chico Xavier’, de Daniel Filho, em que interpreta o médium, e atuou em outros dois filmes previstos para este ano. Tudo entre uma produção e outra na TV. Aos 46 anos e solteiro há seis meses, o ator revela que está bem assim. Conviver é muito difícil, afirma.Como você consegue dividir seu tempo entre a novela ‘Araguaia’ e tantas produções no cinema?Eu só trabalho. No momento, estou só trabalhando (risos). Você não está namorando?Não! Eu estou sozinho há uns seis meses. A minha última namorada foi a Juliana (Didone, também atriz). Mas quer dizer que não sobra nem um tempinho? Quando sobra, gosto de assistir a uns filmes. Observo a direção, os atores. Tenho muitas coleções em casa. Vi um monte de filmes do John Cassavetes. Também aprecio o cinema argentino, é muito bonito. Você tem algum critério para fazer tantos trabalhos ou está topando qualquer negócio?(risos) Eu digo que nunca mais vou misturar tantos trabalhos. E, na verdade, eu evito. Tem sido pauleira. Quando comecei o ‘Chico Xavier’, estava ensaiando uma peça (‘O Continente Negro’) e fazia a novela ‘Cama de Gato’. Agora estou conciliando melhor. Vem um filme daqui, outro dali, e vou fazendo. O ‘Amor?’, do João Jardim, eu filmei em três dias. E como você lida com todos esses personagens que cria?Está tudo dentro da gente mesmo. Acho que esse é o barato. Os personagens fazem a gente passar por uma análise. Viver histórias ajuda a gente a se preparar para algumas sensações. Claro que viver de fato é diferente. Só ler o cardápio não mata a fome, não é mesmo?.Interpretar Chico Xavier trouxe mais tranquilidade para a sua vida pessoal?Chico é para sempre. Ele trouxe uma serenidade e uma busca pelo desapego das emoções. É verdade que você não conseguia dormir de luz apagada durante as filmagens de ‘Chico Xavier’?Sim, mas foi só naquela época. Agora estou mais tranquilo, já me acostumei com os barulhos (risos). Você imaginava o sucesso que o filme teve, 3,4 milhões de espectadores? Eu acho que poderia ter feito muito mais. Pensei que ia chegar a uns 5 milhões. É um filme com uma qualidade muito bacana, artística. E tem também o lance da espiritualidade, a gente tem uma necessidade disso. Outros filmes com essa temática vêm por aí. O que eu fiz com a Tizuka (Yamazaki), ‘Amazônia Caruana’, é sobre o poder dos pajés. Tudo isso me interessa. E o que está achando de fazer o Geraldo, de ‘Araguaia’?Estou gostando muito de fazer e assistir à novela. É bom ver o trabalho dos colegas. Esse delegado que eu estou vivendo tem um espírito deformado, assim como o cara que eu interpreto no filme do João Jardim (‘Amor?’).Como é o personagem de ‘Amor?’, de João Jardim (eleito melhor filme pelo júri popular no último Festival de Brasília)?Todas as histórias são de amor, mas um amor que chega a um ponto de desencontro que leva à violência. Quem é que não passa por isso em maiores ou menores graus? É um monólogo muito intenso, dilacerador. É um cara que fala das mulheres da vida dele. Você tem uma boa relação com as mulheres da sua vida (o ator foi casado com Letícia Sabatella, com que tem uma filha, Clara)?Hum… É, eu tenho. Eu tenho, né? (risos).E quais são seus planos para 2011?Quero ficar um tempo em Londres. É um projeto antigo que vem sendo adiado. Minha ideia é dar uma parada, mas já tenho um outro filme para fazer depois de ‘Araguaia’ (risos). Este ano, temos uma presidenta nova. O que você mudaria no Brasil se ocupasse esse cargo?Se eu fosse presidente, eu iria industrializar a coisa das drogas. Ia legalizar tudo. A repressão não é um caminho, isso é sabido. Vamos vender legalmente, pagar impostos, abrir a lojinha. Mas o que eu sei disso? Ainda bem que eu não sou presidente!.

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Regina Rito
Agência O Dia