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REGINA RITO – Ag. O DIA
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Divulgação TV Globo
‘Estamos mexendo em time que está ganhando’
Depois de 19 anos, o ‘Casseta & Planeta, Urgente!’ se despede dos telespectadores, dia 21 de dezembro. Helio de La Peña, Marcelo Madureira, Hubert, Beto Silva, Reinaldo e Claudio Manoel se reuniram — antes de renovar o contrato com a Globo em 2011 para voltar à TV no segundo semestre — e decidiram pensar no que fazer. Ficamos com vontade de entrar no laboratório de novo, passar por um descanso, revitalizações pessoais no sentindo de arejar a cabeça. Queremos revigorar e não ‘ficar trocando pneu com o carro andando’, revelou Claudio Manoel, que conta mais detalhes em entrevista à Telenotícias. Por que dar um tempo? Depois que o ‘Casseta’ passou a ser semanal ficou uma carga dobrada de trabalho, de atenção, disposição. Nos vemos como essa tropa da elite que está na frente do combate, no coração do povo brasileiro, cada vez com mais concorrentes. No nosso caso, estamos ‘prime time’ depois da novela da Globo, às terças. Quando falo concorrente não falo de programa de humor. Falo de novela da Record, filme do SBT, exibidos no nosso horário. O resto é colega de humor. Um é segunda, outro domingo, cada um na sua freguesia. Mas teve algum fato que pesou? No início deste ano, fizemos aposta numa ficção mais solta, menos ligada às atualidades. Mas quando entrou no ar, a gente não gostou muito, não teve uma boa repercussão e ficamos discutindo esses rumos de criação. Foi o ‘Comando Power’, em cima do filme ‘Guerra ao Terror’, que ganhou o Oscar, e ‘Doutor Palhaço’, inspirado na série americana ‘CSI’, que a gente gostou do texto e de fazer, mas no ar causou discussão interna de rumos e autorias.Como foi a conversa com a Globo? Pedimos as reuniões para discutir. Foi tudo em comum acordo. É só uma sarna para se coçar, no bom sentido. Estamos numa fase de experiência, temos vitalidade ainda, isso ajuda a navegar de outra forma. Temos que voltar com a cabeça aberta. Então, tem que quebrar um pouco essa mecânica de gravações às segundas e terças-feiras, escrever roteiros nos outros dias e estabelecer parcerias. Além do que, é interessante estar no mercado de novo para caçar novas possibilidades. Aconteceu muita coisa de 20 anos para cá, possibilidades de mídia e de tecnologia. Como o público reagiu? Com carinho, apreço. Mas tem gente que gostaria de ver a coisa renovada mesmo. Somos o maior representante do formato na estrada. A ideia de levar o jornalismo para o humor foi uma das especialidades do ‘TV Pirata’, porque não tínhamos instrumentos dramatúrgicos para fazer personagens. Fazíamos o jornalismo ‘fake’, irresponsável, engraçado. Na medida em que adquirimos personagens, a galera que surge vai na praia do jornalismo. Para nós, é bacanérrimo. É praticamente uma homenagem. O ‘CQC’ e o ‘Pânico’ trouxeram uma linguagem nova? Trouxeram gente nova para uma linguagem que existia. O próprio Marcelo Tas é um dos pais dessa linguagem no Brasil, bem anterior ao ‘CQC’, que é um programa argentino do anos 90. É um produto bem-sucedido, mas é uma franquia. Eles têm algo de interessante, da bravura indômita. Mas é muito mais perto do jornalismo do que do humor. O ‘Pânico’ chuta mais o pau da barraca, pelo trash, pelo lado teen. Me divirto com ambos. O Tas é superamigo! Não existe rivalidade. Ele trabalhou com a gente várias vezes, no ‘Doris para Maiores’, no ‘Programa Legal’ com o Hubert. Temos um passado em comum.Ele elogiou vocês no Twitter, né? É. E disse também: 19 anos no ar não é bolinho não. Ainda mais em uma emissora líder que você tem que ganhar, ganhar e ganhar. Estamos mexendo em time que está ganhando. Se a gente tivesse perdendo, não estaria dando entrevista, o programa já teria acabado.O ibope colaborou na decisão? O mundo mudou. Você não tem mais ibope de 77% nem na Albânia. É só imaginar que oito entre 10 brasileiros estão fazendo a mesma coisa, na mesma hora, com tantas opções. Se falar para um americano de 25, 30% vai ver o sorriso que ele dá. Um ibope poderoso não significa só um produto poderoso, significa um mercado pobre. Se você só tem uma coisa para ver, vai dar 100% de audiência. É só pesquisar no Google as 15 maiores audiências de telenovelas no Brasil. A mais recente é de 1993, não tem nenhuma do século 21. E se torna impossível ter audiências dos anos 80, pois também têm conspirações do setor competitivo, conspirações da mídia que chegam a ser ridículas, disputando cada fração entre ela mesma. Não está se combinando para ‘p…’ nenhuma.Mas a audiência é prioridade, não? A ideia que você tem menos audiência é uma obviedade. Por isso, também é legal dar uma parada, sacar que mundo é esse. Não trabalhamos só com humor, trabalhamos com comunicação de massa. Quero entender qual é a plateia que está aí, que manda e-mail para cacete. O programa vai mudar de nome? Certamente. Vamos voltar com um produto que terá a nossa cara. Se vamos ter outros parceiros, só o tempo dirá. Mas é um desejo do grupo experimentar. Quanto a Maria Paula, ela é do nosso time. A ideia não é cortar ninguém, é reforçar. E vocês têm outros projetos? Vou para a minha casa na Bahia. O Hélio gravou participação em ‘Papai Noel Existe’, especial de fim de ano da Regina Casé. O Marcelo e o Hubert estão começando a fazer um documentário sobre o Agamenon e o Beto fará um livro novo. Quais foram os melhores momentos do ‘Casseta’? Foram 557 programas, nesse caso tem 200 milhares de bons momentos.
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