Willian Waack é afastado de jornal por comentário racista

Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Na Globo desde 1996, o jornalista William Waack foi afastado de suas funções pela emissora nesta quarta (8) após ser acusado de racismo. Em vídeo publicado na internet, ele afirma, irritado, que o barulho de uma buzina é “coisa de preto”. Waack é formado em jornalismo pela USP (Universidade de São Paulo) e em ciência política, sociologia e comunicação pela Johannes Gutemberg Universitat de Mainz, na Alemanha, onde também fez mestrado em relações internacionais.

Seu primeiro contato com a profissão foi aos 13 anos, frequentando a redação onde trabalhava o padrasto Oliveiros da Silva Ferreira, então professor de Ciências Políticas e editorialista-chefe do jornal “O Estado de S. Paulo”. Sua mãe era socióloga e professora da USP (Universidade de São Paulo). Jogador de handebol, foi repórter esportivo de modalidades amadoras e, por isso, foi ao Peru acompanhar o Campeonato Sul-Americano de Atletismo.

Na viagem, conheceu a mulher Iris Castañeda. Fez carreira na imprensa escrita e passou pelo “Jornal do Brasil”, “Jornal da Tarde”, “O Estado de S. Paulo” e revista “Veja”. Na emissora carioca, Waack começou como correspondente em Londres substituindo o jornalista Pedro Bial. De lá, acompanhou a crise na Rússia e no Oriente Médio, a nova política trabalhista na Inglaterra, a Guerra dos Bálcãs, a morte da princesa Diana e a sucessão do papa João Paulo II. Em 1991, cobriu a Guerra do Golfo no Iraque.

No final do conflito, ele e a equipe da Agência Estado, incluindo o fotógrafo Hélio Campos Mello, pai da jornalista e colunista da Folha de S.Paulo Patrícia Campos Mello, foram sequestrados por forças do ditador Saddam Hussein. Oito dias depois, foram libertados em troca de prisioneiros com a ajuda da Cruz Vermelha. Os dias de cárcere foram registrados em um diário que, posteriormente, deu origem ao livro “Mister, you Bagdad – Dois Repórteres na Guerra do Golfo”, escrito com Campos Mello. A obra lhe rendeu seu primeiro Prêmio Esso.

Já a segunda estatueta foi conquistada com uma série de viagens a Moscou, na Rússia, de 1991 a 1993. Por lá, consultou os antigos arquivos secretos da ex-União Soviética e pesquisou manuscritos do líder comunista Luis Carlos Prestes que evidenciavam a participação soviética na Intentona Comunista de 1935. O material resultou no livro “Camaradas: nos Arquivos de Moscou, a História Secreta da Revolução Brasileira de 1935”.

JORNAL DA GLOBO

Em 2005, Waack começou a apresentar o “Jornal da Globo” ao lado de Christiane Pelajo -a jornalista deixou a bancada no ano de 2015. Pelo telejornal, Waack acompanhou a eleição e a reeleição do americano Barack Obama, fez uma série especial sobre os 20 anos da Queda do Muro de Berlim, entrevistou o então presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad e o ex-presidente dos EUA Bill Clinton. Em 2013, foi a Buenos Aires para traçar o perfil de Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco.