ISABELLA MENON
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O “Project Runway” surgiu para celebrar o melhor do design, do mundo das passarelas e da indústria da moda, porém, muitos fashionistas se incomodaram com o reality show que a cada temporada mostra o lado mais sujo e exaustivo desse universo.
Essa é a opinião de Tim Gunn, mentor e coapresentador do reality show “Project Runway”, que estreia nesta terça-feira (4), às 22h, no canal Lifetime, a 11ª temporada. A modelo Heidi Klum, 44, é apresentadora do programa e produtora-executiva da série 12 vezes indicada ao Emmy.
“Quando começamos o programa em 2004, a indústria da moda não gostou de nós. Muitos do meio fashion se incomodaram pelo reality ter rasgado o véu do mistério e glamour que predominava na indústria ao mostrar o seu lado sujo e exaustivo”, disse Gunn.
O apresentador diz ainda que não imaginava que o programa é educativo e que não imaginou que tivesse tanta longevidade. “Não imaginei que o programa fosse chegar à segunda temporada. O programa é educativo e mostra o processo criativo da indústria da moda.”
Na nova temporada, os participantes terão que trabalhar em equipes para realizar os desafios. Durante 15 episódios, os aspirantes a designers participam de desafios como criar em poucas horas de peças a minicoleções. Enquanto a novidade soou como um susto para os designers, Gunn a enxerga de forma positiva.
“É assim que indústria funciona, pessoas não trabalham sozinhas. Nós estamos fazendo o que a indústria faz e mostrando para os designers o que eles irão enfrentar como profissionais, e é isto que eu mais amo nesta temporada.”
JURADOS
Uma das novidades da edição deste ano é a participação de Zac Pose, estilista renomado com suas criações de destaque usadas por estrelas de Hollywood nos famosos red carpets, além da ex-primeira-dama Michelle Obama. Integra ainda o júri a diretora criativa da revista “Marie Claire”, Nina Garcia.
Entre os convidados especiais estão as atrizes Bette Midler, Susan Sarandon, Emmy Rossum e Jordana Brewster, além de nomes da música, como John Legend e Miranda Lambert, e os estilistas Rachel Roy, Chris Benz e Christian Siriano (ganhador da quarta temporada do “Project Runway”).
Gunn conta que, às vezes, questiona os jurados sobre a eliminação de algum participante em especial. Esses momentos são tão marcantes que o consultor de moda ganhou até um quadro “The Tim Gunn Save” (“Tim Gunn Salva”, em tradução livre), no qual quando ele discorda com os jurados, pode usar este poder.
A final do programa acontece na Semana de Moda de Paris e o vencedor receberá US$ 100 mil (cerca de R$ 330 mil) para abrir sua marca de roupas, um editorial da revista “Marie Claire”, um carro Lexus e uma suíte de tecnologia da HP e Intel, estimada em US$ 50 mil (cerca de 165 mil) para criar sua própria visão de negócios.
O consultor de moda afirma que a preocupação por mostrar a moda em todos os tipos de corpos aparece na 16ª temporada, que já está sendo gravada. “Por muito tempo quis mostrar a indústria abraçando e mostrando todos os tamanhos e formas e é isso que temos feito no reality. Nossas modelos vão do número 2 ao 22 [equivalente à numeração 36 ao 56 no Brasil]. Estou muito orgulhoso disto”, diz Gunn.
Sobre a moda brasileira, Gunn falou que há muita exuberância e que ela tem grande influência no mundo. Ele citou ainda o Carnaval, como evento que produz impacto no que vestir, no desenvolvimento têxtil e até nos acessórios.