Hebe Camargo tornou-se uma das apresentadoras de TV mais populares do Brasil. Ela iniciou a carreira como cantora de rádio imitando Carmen Miranda, na década de 1940, e foi uma das artistas presentes na criação da televisão brasileira, na década de 1950.
Seu jeito descontraído, suas joias reluzentes e bordões como “é uma gracinha” fizeram de Hebe uma das mais longevas apresentadoras da televisão no país, com passagens por diversas emissoras, desde o início em programas de entrevistas, em 1955.
A cantora e apresentadora nasceu em 8 de março de 1929, na cidade de Taubaté, interior de São Paulo, filha de Ester e Sigesfredo (Fego) Monteiro de Camargo, que era violinista. A família Camargo se mudou para São Paulo em 1943, onde Fego passou a integrar a Orquestra da Rádio Difusora.
Hebe herdou o dom musical do pai, e frequentou aulas de canto na escola. Iniciou a carreira como cantora no programa “Clube Papai Noel”, na rádio Tupi, aos 15 anos, e passou a se apresentar em programas de auditório nas rádios paulistanas.
Com a irmã Estela, ela formou a dupla Rosalinda e Florisbela, que se apresentou no programa ‘”Arraial da Curva Torta”, na Rádio Difusora; pouco depois, ela seguiu em carreira solo.
Como cantora de sambas no rádio, Hebe ganhou relativa fama e o apelido de “estrelinha do samba”. Em 1950, ela gravou seu primeiro compacto, um disco em 78 rotações, com as músicas “Oh! José” e “Quem Foi que Disse.”
Hebe esteve presente na gênese da televisão brasileira e foi uma das artistas que protagonizou a transição da era do rádio para a da TV no país.
A cantora começou na telinha em um programa de calouros, substituindo Ary Barroso. Seu primeiro programa de entrevistas foi “O Mundo É das Mulheres”, que começou em 1955 e durou nove anos. “Nunca tive a intenção de me tornar apresentadora. Aconteceu”, disse Hebe, sobre a estreia na profissão que a consagrou.
Em 14 de julho de 1964, ela se casou com o empresário Décio Capuano e declarou que abandonaria a vida artística para se dedicar à família e à maternidade.
Cerca de um ano depois, ela deu à luz a Marcello, seu único filho. Meses após o nascimento do garoto, Hebe não resistiu e voltou a trabalhar na televisão.
Em abril de 1966, a apresentadora estreou na TV Record o “Programa Hebe”, cujo formato é bastante semelhante ao que ela apresentava atualmente, na Rede TV!. Seu primeiro convidado foi o cantor Roberto Carlos, atração que foi recorde estrondoso de audiência, com 70% do total de telespectadores.
O casamento com Capuano terminou em 1971 e ela ficou solteira apenas dois anos. Em 1973, Hebe conheceu Lélio Ravagnani, também empresário, com quem foi casada até o ano 2000, quando ele morreu.
Ainda em 1973, Hebe estreou na TV Record o primeiro programa em cores produzido pela emissora em São Paulo. Em 1974, seu programa “Hebe” foi para a TV Tupi; em 1975, saiu da grade da emissora e a apresentadora ficou fora da televisão por cinco anos.
A volta às telas ocorreu em 1979, com um programa de entrevistas na TV Bandeirantes, que durou quatro anos.
Em 1985, ela assinou contrato com o SBT, convidada por Silvio Santos, para comandar o “Programa Hebe”, cuja estreia ocorreu em 4 de março de 1986.
No espaço, os entrevistados sentavam-se em um sofá, que junto com o bordão “é uma gracinha”, tornou-se uma de suas marcas.
Hebe retomou a carreira de cantora em 1999, ao lançar o álbum “Só de Você”, com repertório romântico; em 2001, ela gravou “Como É Grande Meu Amor por Você – Hebe e Convidados”, que teve participação de Chico Buarque, Caetano Veloso, Zezé di Camargo e Luciano, Simone, Zeca Pagodinho, Nana Caymmi, Fábio Jr. e Ivete Sangalo.
Em 2008, Hebe foi uma das convidadas do especial “Elas Cantam Roberto”, no qual cantoras se apresentaram ao lado do Rei. Gravado no Theatro Municipal de São Paulo, o programa foi transmitido na Globo e ganhou uma versão em DVD.
Hebe fez pontas no cinema, a mais recente em “Xuxa e o Mistério da Feiurinha”, como a sogra de Xuxa, que estreou no final de 2008.