São Paulo, 18 (AE) – Irmã Lavínia guarda a sete chaves os detalhes do romance vivido no passado com o médico Diogo (Marcos Paulo), que agora é namorado de Helena (Regina Duarte). Fora da telinha, a intérprete da freira foi casada com Ângelo Antônio, o Miroel, marido de Anna (Deborah Evelyn), atriz que é mulher de Dênis Carvalho, outro diretor da Globo.

Os laços de parentesco entre os atores e personagens de “Páginas da Vida” são tantos que podem até ser dividido por categorias. No quesito casais, Tide (Tarcísio Meira) e Lalinha (Glória Menezes) ganham com louvou a medalha de ouro. A química da vida real, é claro, contribuiu para construir cenas emocionantes entre os dois. Não é a primeira vez que atuam juntos, mas é sempre bom vê-los em cena. A parceria só terminou com a morte de Lalinha, ainda na primeira fase da novela.

Na tradicional e milionária família de Tide encontramos ainda Olívia (Ana Paula Arósio), que teve até um namorico com o ex-marido da irmã de mentirinha (Helena Ranaldi): o diretor global Ricardo Waddington que não participa dessa história.

Confuso? Então voltemos aos casais. Angélica (Cláudia Mauro) apareceu na casa de Lucas (Paulo César Grande) para atrapalhar a vida do ex-marido. Quando terminam de gravar as cenas, os atores juntos há 14 anos, seguem para casa. A ex atormentada de “Páginas da Vida” não é uma regra, uma vez que no elenco há exemplares de famosos que foram casados e convivem bem, mesmo que nem cheguem a contracenar. Marcos Paulo, por exemplo, foi marido de Renata Sorrah, que faz a procuradora Tereza.

Como a investigação por trás de “Páginas da Vida” não mete a colher apenas nas ligações entre marido e mulher, descobrimos a árvore genealógica de alguns talentos jovens da trama de Manoel Carlos.

Voltemos ao cenário da mansão de Tide. O neto bonzinho e prestativo Rafael (Pedro Neschling) tem expressões familiares? Não é à toa. Ele é filho de Lucélia Santos, atriz que se imortalizou como “Escrava Isaura”. Já Fred (Duda Nagle), o filho de jardineiro que se passa por mauricinho, é outro que possui progenitora famosa, mas não atriz. O garoto é filho de “Leda Nagle”, que comanda o “Sem Censura”, na TVE, e por anos foi âncora do “Jornal Hoje”, onde ficou famosa com o bordão “com certeza”.

Para a missão árdua de filho da samaritana Helena é preciso jogo de cintura. Coisa que Salvador (Jorge de Sá) tem desde o berço. Imagine o ator bebezinho, pulando ao som do hit “Olhos Coloridos”, cantado pela mãe Sandra de Sá? Outra personagem que tem a música na veia é Lili (Luana Carvalho). A filha do porteiro que trabalha com Marta(Lília Cabral) ainda há de cantar: ‘vou festejar o seu sofrer’ para a megera. Isso, talvez, sem a mesma afinação da mãezona Beth Carvalho.

Vandinha, que faz parte da turminha de Fred e Sérgio (Max Fercondini) é filha Marília Pêra, uma das grandes divas do teatro brasileiro, com um produtor e jornalista musical bastante badalado no País: Nelson Motta.

Outras filhas de grandes atores em ação são Lígia Cortez, a professora Cecília, que trabalha na AMA, e Leandra Leal, a Sabrina, que trabalha como assistente de Tônia (Sônia Braga). A primeira nasceu da união de Raul Cortez com Célia Helena e, a segunda, seguiu os passos da mãe Ângela Leal. Para completar a lista, temos Marcelo (Thiago Picchi)cujos pais são os atores veteranos Elizabeth Savalla e Marcelo Picchi.

Páginas da Vida tem também alguns laços fraternais. Camila (Lucieli di Camargo) ainda vai dar muito pano para manga para a mãe Elisa (Ana Botafogo) por se engraçar com um homem casado. Se a moça curtir uma dor-de-cotovelo básica, pode escolher como tema alguma canção de seus irmãos Zezé di Camargo e Luciano. Ou, até mesmo, da sobrinha Wanessa Camargo.

Por falar em trilha sonora, Tânia Mara, noiva do diretor de Jayme Monjardim, não tem voz ativa apenas no romance de Isabel (Viviane Pasmanter) e Renato (Caco Ciocler). O tímido Luciano (Rafael Almeida) é irmão mesmo da moça. E olha que “A Grande Família” só vai ao ar às quintas…

AUTOR CONVIVE COM HELENA DESDE ‘BAILA COMIGO’

Foi em “Baila Comigo”, de 1981, que Manoel Carlos criou Helena. Desde então, o nome da protagonista de sua trama passou a figurar em outras novelas de sua autoria, sendo “Sol de Verão” a única exceção. Não se trata de homenagem a alguma mulher. O autor já disse inúmeras vezes em entrevistas que as figuras femininas fortes e decididas remetem à imagem mitológica de Helena de Tróia. Daí, a mocinha ser necessariamente batizada como tal.

Helenas não são as únicas marcas da dramaturgia de Manoel Carlos Todo noveleiro de carteirinha sabe que naqueles capítulos estão contidos o universo da classe média carioca, polêmicas em torno de temas como homossexualidade, alcoolismo e bulimia. Para dar mais leveza, vale uma corrida matinal na praia, embalada por bossa nova.