SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Morreu na noite desta quinta-feira (5), em Campinas (SP), Sergio Pamplona, o Pamps, ex-guitarrista do Smack, um dos mais emblemáticos grupos do rock paulistano dos anos 1980. Ele tinha 62 anos e estava internado no Hospital de Clínicas da Unicamp por complicações geradas pela cirrose, doença crônica do fígado.

O grupo ganhou status de “cult” com um repertório influenciado pelo pós-punk, como lembra Edgard Scandurra, guitarrista do Ira! e que tocava no Smack ao lado de Pamps. A banda também era composta pela baixista Sandra Coutinho (ex-As Mercenárias) e pelo baterista Thomas Pappon. “Ele buscava um som absolutamente não comercial. Não fazia nenhum tipo de concessão”, afirma o músico sobre o amigo, que “era como um irmão”.

Com influências que iam de clássicos do pós-punk, como Gang of Four e Talking Heads, a nomes como Luiz Melodia e Jards Macalé, a banda lançou dois álbuns nos anos 1980: “Ao Vivo no Mosh”, de 1985, e “Noite e Dia”, de 1986. Em 2005, reuniu-se para uma série de apresentações, que acabaram dando origem a um terceiro disco, “3”, lançado em 2008. “A vida da gente é dividida em antes e depois dos anos 80. Foi uma época muito forte, e o que tínhamos era a amizade e o prazer de se expressar por meio da música. Nenhuma banda pensava em fazer sucesso”, lembra Sandra.

Antes do Smack, Pamps tocou baixo com artistas que fizeram parte da cena em torno do teatro Lira Paulistana: Eliete Negreiros e Itamar Assumpção. Depois, dedicou-se a projetos pontuais. Ele não deixa mulher nem filhos. “O que fica é a doçura dele, que será eternizada”, diz Sandra. Para Taciana Barros, ex-integrante do grupo Gang 90 e que atualmente toca o projeto para crianças Pequeno Cidadão, “Pamps é um daqueles artistas que são fundamentais para sua própria geração e para os que vêm depois”. “Independentemente do sucesso midiático que fizeram.” O corpo de Pamps será cremado neste sábado (7), em Itapecerica da Serra (SP).