FABIANA SCHIAVON SÃO PAULO, SP – Os integrantes do grupo de pagode Os Travessos nunca perderam contato com o seu primeiro vocalista, Rodriguinho. No ano em que comemoram 20 anos de carreira, os músicos celebram também a volta do cantor, que trabalhou ainda na produção e nas composições do novo disco, intitulado “Tarde ou Cedo”, que chegou às lojas nesta semana. “É uma nova velha formação”, brinca Rodriguinho. “Quando eu saí, eles chamaram o Filipe. Eu tentei tirar ele do grupo, mas os caras não deixaram”, diverte-se o cantor. “Mas, ao contrário do que as pessoas dizem por aí, ele trabalha mais do que eu. A gente divide as músicas no disco e no show”, explica Rodriguinho, referindo-se ao vocalista que ficou conhecido na banda Br’oz e o substituiu no Travessos por mais de oito anos. “Agora voltei para ficar de vez. Não saio mais.” O novo álbum traz um pagode mais maduro e moderno, resultado das influências dos antigos Travessos (Edi, Rodrigão e Chorão), do período solo de Rodriguinho e das experiências de Filipe. “Eu tinha muitas músicas guardadas até pelo meu trabalho como produtor. E já conhecia o talento de Filipe como compositor”, conta Rodriguinho. “Foi bem rápido fazer o disco, porque tanto os Travessos como o Rodrigo já estavam em processo de lançamento de um novo álbum”, completa Filipe, que sente o grupo muito mais forte. “Agora, temos fãs antigos dos Travessos, do Br’oz e da fase solo do Rodriguinho”, comemora. Segundo Rodriguinho, o grupo já sentiu uma boa resposta do público com a canção “Sonhos e Planos (Sou Eu)”, que marcou a volta do antigo vocalista com um videoclipe divulgado pela internet. “Achei que seria só uma homenagem, um presente aos fãs, mas tomou um proporção muito maior. Nesta primeira semana, o CD já foi o sexto mais vendido no iTunes.” Segundo o percussionista Rodrigão, uma das maiores preocupações desta fase é não ficar só no saudosismo. “Há sucessos que não deixamos de tocar em shows, como “Sorria” e “Quando a Gente Ama”, mas ainda temos muita lenha para queimar”, argumenta.