
O estilista Giorgio Armani, sinônimo de estilo e elegância italianos, morreu nesta quinta-feira (4), aos 91 anos. O anúncio foi feito pelo grupo Armani em um comunicado enviado à imprensa.
“O senhor Armani”, diz o comunicado, “como sempre foi chamado com respeito e admiração por seus funcionários e colaboradores, morreu em paz, cercado por seus entes queridos. Incansável até o fim, ele trabalhou até seus últimos dias, dedicando-se à empresa, às coleções e aos muitos projetos em andamento e futuros”.
“Ao longo dos anos, Giorgio Armani construiu uma visão que se expandiu da moda para todos os aspectos da vida, antecipando os tempos com extraordinária clareza e pragmatismo. Ele foi movido por uma curiosidade implacável e uma profunda atenção ao presente e às pessoas”, afirma ainda.
Haverá uma cerimônia pública de despedida na capital italiana, neste sábado (6) e no domingo (7). Seu funeral será restrito aos mais próximos, em respeito a um pedido do estilista. Armani estava doente há algum tempo. Pela primeira vez em sua carreira, não apareceu ao final do desfile de sua marca na Semana de Moda Masculina de Milão, em junho.
Devido ao seu estado de saúde, Armani vinha comandando de forma remota, por ligações de vídeo, a celebração dos 50 anos de sua marca. Os eventos aconteceriam nos desfiles da Semana de Moda de Milão, programados para o fim deste mês, quando são mostradas as coleções femininas.
Mesmo doente, ele não largava mão do controle. Ele considera que essa era a sua maior fraqueza, disse ao jornal Financial Times, em entrevista publicada na semana passada. “Supervisionei todo o desfile, das provas à maquiagem”, afirmou. “Tudo o que vocês verão foi feito sob minha direção e com a minha aprovação.”
Armani rejeitava o rótulo de “workaholic”, dado àqueles que trabalham de forma compulsiva. Contudo, reconhece que ao longo da vida trocou tempo com pessoas queridas por causa dos afazeres profissionais. “Meu único arrependimento na vida foi passar muitas horas trabalhando e não ter tido tempo suficiente com amigos e família”, ele disse, também ao jornal britânico.
Conhecido como Rei Giorgio, o estilista supervisionava cada detalhe de suas coleções e cada aspecto de seu negócio, da publicidade ao penteado das modelos antes de entrarem na passarela. Há 50 anos, ele fundou e comandava a empresa que leva seu nome, responsável por um faturamento de mais de R$ 14 bilhões por ano.
Além disso, ele trabalhou nos figurinos de mais de 200 filmes, entre eles “Gigolô Americano”, que marcou sua estreia na área, e depois ‘Os Intocáveis’, ‘Os Bons Companheiros’ e ‘O Lobo de Wall Street’,. Armani criou também as vestimentas de Bruce Wayne, o Batman, em “O Cavaleiro das Trevas”, filme de Christopher Nolan.