Bastante popular atualmente, o Jejum Intermitente é um método que consiste em alternar entre períodos de alimentação e momentos de jejum e que ganhou destaque em capas de revista, blogs, sites e até mesmo em grupos de Facebook, sendo bastante procurado principalmente por pessoas que querem perder peso. 
Apesar da popularidade do método e da facilidade em encontrar informações sobre ele em livros, textos, vídeos e tutoriais de internet, ele pode ser perigoso quando feito sem acompanhamento profissional. A nutricionista Thais Lima A. C. De Souza , que atende na Clínica Wishes de Estética e Bem Estar explica que o Jejum Intermitente é uma estratégia indicada por nutricionistas e outros profissionais da saúde para pacientes que estão em algum tipo de tratamento, como perda de peso ou redução de insulina, mas que “nunca é a primeira opção de tratamento, uma vez que exige mais disciplina, acompanhamento e o preparo correto”. 
A profissional ainda destaca que “a possibilidade de fazer jejum intermitente precisa ser avaliada individualmente, uma vez que existem diversos fatores que precisam ser estudados. Em casos em que há restrições alimentares, resistência insulínica ou o chamado efeito platô (quando não se perde e nem ganha peso), por exemplo, o efeito é benéfico”.
Para alguns, pode até parecer simples restringir a alimentação por um período, mas a técnica exige uma mudança na dieta para que o corpo consiga ficar horas sem alimentos de forma saudável. “Apesar de muitas pessoas fazerem o jejum todos os dias e sem acompanhamento, isso não é recomendado, uma vez que pode trazer danos à saúde”, explica a nutricionista. “É perigoso porque, ao ficar sem alimentação todos os dias por cerca de 16h, o corpo fica desnutrido e começam a aparecer intercorrências como anemia, desmaio e dores de cabeça”.
Como funciona o jejum intermitente 
Thais Souza explica que o Jejum Intermitente existe em dois protocolos: um de 24 horas e outro de 16 horas de restrições, sendo o último o mais eficaz e recomendado por especialistas. Em suas consultas, a nutricionista costuma indicar pausas das 20h às 12h do dia seguinte, ou das 15h às 8h da manhã para pacientes que sentem dificuldade em começar o dia sem uma alimentação adequada, mas ressalta que “é importante também fazer pausas. O jejum pode ser realizado de duas a três vezes por semana e deve-se esperar pelo menos 24 horas entre um período e outro”. 
Antes do período de jejum, Thais ressalta a importância de consumir calorias suficientes para que o organismo consiga ficar sem comida durante horas. “A alimentação antes do jejum precisa ser rica em gorduras boas e proteínas. Os pacientes podem consumir alimentos como abacate, legumes, verduras, azeite e sementes. É importante também se manter muito hidratado”. Segundo ela, é recomendado consumir cerca de 300ml de água por hora. “Café e chá, apenas puros ou com adoçantes, sempre dando preferência às opções naturais”. 
Quem pode fazer o jejum intermitente
Boa opção para quem busca qualidade de vida, o Jejum Intermitente permite que o organismo trabalhe sozinho, podendo ajudar na perda de peso e no controle de insulina, mas precisa ser realizado com orientação médica. A nutricionista explica que “a triagem antes de começar o jejum precisa ser bem avaliada”. 
Gestantes, crianças, idosos e pacientes com doenças pré-existentes como diabetes (tipo 1 ou 2 ), hipoglicemia, alterações na tireoide, distúrbios alimentares, pessoas que sentem muita fome, sofrem com distorção de imagem, baixo peso e hipertrofia são desencorajados a seguir a técnica, uma vez que ela pode trazer riscos à saúde e causar problemas como a compulsão por comida. Antes de iniciar o tratamento, portanto, é imprescindível realizar exames como tireoide, função renal, colesterol, insulina, glicemia.


Por que jejuar faz bem à saúde
O que dizem as pesquisas que defendem a abstinência alimentar

Retarda o envelhecimento
A  transformação dos alimento em energia gera compostos dentro das células, os radicais livres. Eles se ligam ao DNA e causam erros de funcionamento que levam a doenças. O jejum reduz os radicais livres.

Reduz a pressão
Em animais e humanos submentidos a jejuns periódicos, a atividade do sistema nervoso simpático, que controla a pressão arterial, é reduzida. Após exercícios físicos, ela também volta mais rápido as indíces normais, 

Queima gordura
O jejum aumenta a produção do hormônio do crescimento. Ele estimula o corpo a queimar depósistos de gordura na ausência de glicose, em vez de usar as reservas acumuladas nos músculos. No estudo com 30 pacientes em jejum durante 24 horas, o nível do hormônio do crescimento aumentou 30 vezes nos homens e 13 vezes nas mulheres. 

Reduz o colesterol
Entre os religiosos que jejuam uma vez por mês, os risco de desenvolver doenças cardiovasculares é 58% menor porque a abstinência reduz os níveis de colesterol. 

Apura o paladar
O jejum aumenta a sensibilidade das papilas gustativas a sabores doces ou salgados