Se o
novo santo brasileiro Frei Galvão precisa de mais devotos, que tal 220
mil? Este é o número de barnabés ativos e de pijama que receberam, na
segunda-feira, a promessa de que o reajuste virá, sim, com prazer, mas
só se o governo arrecadar. É a mais vil promessa de político. E dita
com a cara de pau de um governo que prima pelo discurso, cuméquié,
esquerdista. Nem me apego às variáveis abissais de 3% a 33% ou da
confirmação que o professorado, esta categoria maltratada das gentes,
já teve o seu quinhão confirmado. O que me espanta é assistir, assim,
de soslaio, à  trupe palaciana acenar com uma bonificação salarial tão
consistente quanto uma miragem no deserto. Pode ser um oásis, mas pode
ser areia da grossa.

E se o reajuste não vier, o governo tem o
discurso pronto e que merece o cacófato: que culpa tenho eu? Culpem os
sonegadores de impostos? Culpem, sei lá as multinacionais (o rame-rame
de sempre), culpem o empresariado rapina ou, mais óbvio ainda, a
economia neoliberal. Normal.

O que surpreende, e espanta, e
deixa boquiaberto, é que os sindicatos, outrora tão pujantes, aceitem
bovinamente a justificativa do governo. Ai que saudades me dá da
“catigoria”. Quem viu o espetáculo tristonho do 1o de Maio, organizado
pelas centrais sindicais em todo o país nem precisa de pílula do Frei
Galvão. O que se assistiu é só uma pequena demonstração do que o
“peleguismo lulo-petista” pode fazer com os camaradas e o governo,
cuméquié, do povo. Aos poucos, e nem tão pouco assim, o viés
autoritário, de quem sempre governou para os “companheiro”, pelos
“companheiro” e em nome dos “companheiro” vai se revelando. Exemplos:
restrições às greves, controle da mídia, mordaça na Justiça. Ai se
fosse no governo FHC.

Tomado do “capeta esquerdizante” na semana
passada – é mesmo caso de exorcismo – o deputado Waldyr Pugliesi (PMDB)
subiu à tribuna da Assembléia para lembrar os servidores que ensaiavam
um protesto que o ex-governador Lerner havia “escarrado” na cara do
funcionalismo público.

Nada melhor do que lembrar Augusto de
Anjos nessas horas. Sim, o governo Requião deu o beijo. Mas o beijo,
amigo, é a véspera do escarro.

Vixe
A
CPI das Invasões da Câmara de Curitiba decidiu: irá obter sob “vara” a
convocação do presidente municipal do PMDB, Doático Santos.

Sadô
Antes
que algum apedeuta ou peemedebista (dá tudo no mesmo) se apresse a
pedir retratação deste escriba vai a explicação, segundo “sopro” do
jornalista Fernando Tupan: “no direito romano ser inquirido por vara
significava ir até a presença do juiz levando “varadas” literais.

À la carte
Sorte
de Doático, portanto, que tudo que ele terá que encarar é o Oficial de
Justiça. Bem, o resto fica à escolha do freguês. Quaquaquá.

O horror
Foi
só a Sophia Loren prometer um striptease caso o Napoli suba para a
primeira divisão e, pronto, o Giovani Gionédis teve a mesma idéia. Se
você imaginar, vai preso!

Veneno
Aliás, atleticanos e paranistas estão fazendo campanha sórdida na cidade. O slogan é: “Fica Gionédis”. Ele merece.

Tá vendo?
Admita-se:
sob o governo Lula, o Brasil foi ao espaço com astronauta próprio e
ganhou um santo 100% nacional. Ah, esses pessimistas. Só lembram que
cueca virou casa de câmbio.

Enquanto isso
Morram
de inveja, barnabés. Diretor não-sei-do-quê da Cohapar, João Arruda
(sobrinho de Requião) ganhou maiúsculo reajuste de salarial. De R$ 6
mil para R$ 15 mil.

Vai pra frente
Motivo? Ora, que tal a onda de otimismo que assola o país? Vide, o dólar bateu a R$ 1,95.

Foi demais
Editor
do site Documento Reservado, o jornalista Pedro Ribeiro reclama, com
razão, do tom galhofeiro com que galhofei na coluna de ontem.

Ah, bom
Diz
que, ao contrário do que emanou em nota no site, ele não comemorou a
proibição do Jornal Estado no clipping do governo. Muito pelo
contrário. O Documento também é vítima do ato arbitrário da armata
requianista. Está registrado.



ARREMATE
Ítala
Nandi, atriz e barnabé, deu o ar da graça na Escolinha de Requião.
Ficou deveras interessada na idéia de criar uma Cooperativa de Cultura.
Ô Ítala, pergunta para a Tizuka Yamazaki que ela tem know-how.


OBLADI-OBLADÁ
É
caso de segunda opinião. Técnicos da Sanepar atestam que a cor
“amarelão” da água em Curitiba foi provocada pela “inversão térmica”. E
a imprença, claro, engoliu com farinha. *** Golias continua impagável.
“Ônibus tem acento?” “Claro, senão ia ser um desconforto danado”.
Quaquaquá.