Deixei espaço em branco no meu blog (www.blog marcusvinicius.com) para
comentar a nova aparição do jornalista Mino Carta, ontem, no Terça
Insana – o apodo da Escolinha de Requião. Normal. Não há mesmo novidade
na cantilena de jornalista de triste ocaso que caminha para o gagaísmo.
Carta voltou ao MON e ao ambiente da claque festiva para reforçar os
ataques de Requião à “imprensa burguesa”. Não vou entrar aqui no mérito
dos afagaba afagabafinhos que já não escapam à sapiência do leitor. Já
me detive muito nesse assunto. Nem deitar comentário extra sobre o
realejo do Mino Cansado de Guerra. Tudo que ele quer, a “Carta Capital”
já mostrou, é uma sinecura – dessas que garantem pensão vitalícia e
“quentinhas” nos melhores restaurantes.

O que me causou espécie, ontem – e, confesso, um travo de desilusão –,
foi ver que Mino trouxe a tiracolo um ícone de muitas gerações. O nome
dele é Raimundo, que bem poderia ser uma rima, mas sequer é solução.
Raimundo Rodrigues Pereira foi criador e criatura de “Veja” (ao lado de
Mino Carta, diga-se), além de um super-repórter capaz de separar o joio
do trigo e produzir capas célebres, mesmo sob o regime duríssimo de
Garrastazu Médici.

Em seu livro “Notícias do Planalto” (Companhia das Letras, 720
páginas), Mário Sérgio Conti, também ele ex-diretor de redação de
“Veja”, dedicou espaço nobre a Pereira pelo que ele teve de mais
notável: o talento em produzir matérias de quedar o queixo.

Pernambucano, Pereira é um ex-professor de Física, ex-estudante do ITA
– foi expulso porque escreveu um artigo contra as Forças Armadas (e o
ITA é um instituto militar) – que virou redator.

Vê-lo, ontem, magro como sempre foi, mas agora cada vez mais um clone
do “Don Quixote” de triste figura, é de doer. Ainda mais que conjugando
daquelas idéias toscas do lulo-petismo e, pior, fazendo ironia sobre a
ingenuidade de Vavá (afinal, só um simplório) e da relação
extra-conjugal de Renan Calheiros (afinal, só um adúltero). O que fez
com que esquecesse que o caso Renan extrapola o namorico por fora e o
caso Vavá vai além do jeitão besta de ser, é que surpreende. Logo
Pereira, que saiu de “Veja” por altruísmo, criou seu próprio jornal
(“Movimento”), trabalhou em outros projetos, escreveu como poucos sobre
as mazelas nacionais, e sempre enxergou os governos (todos eles) com o
devido distanciamento crítico (e cítrico)?

Pois é. Ontem, ao recordar com uma dose de boçalidade seu currículo
irretocável, Pereira espantou ainda mais ao bancar o cortesão do rei.
“Minha vida é um livro aberto. Assim como a do Requião”. A esquerda foi
mesmo ao inferno. E, olha, não voltou.

Na foto
O convite era do presidente do TC, Nestor Baptista. O homenageado era
Sua Excelência o Rei Pelé, mas quem bancou o papagaio de pirata foi o
ex-deputado Hermas Brandão.

Aquele abraço
Foi ele que apareceu, assim, nas costas do ex-jogador, descerrando a placa em homenagem aos 60 anos do tribunal. Alô mamãe!

Promoção
Membros da velha guarda do PSC estão acusando o novo filiado ilustre do
partido, Ratinho Jr., de exilá-los em cargos de menor expressão.
Segundo a trupe, o troca-troca estaria beneficiando amigos fraternos do
deputado.

Sem enrosco
E a estratégia teria um objetivo. Deixar o caminho livre para que
Ratinho Jr. pleiteie, ao menos, uma vice em chapa de peso nas eleições
do ano que vem. De preferência, na vice de Beto Richa.

Faltou
O TSE indeferiu, na segunda-feira, a criação de duas novas siglas
partidárias: o Partido Federalista (PF) e o Partido Nacionalista
Democrático (PND). Motivo: a ausência das 468.890 assinaturas
necessárias para o registro das legendas.

Peroba nele
Com indisfarçável cara de pau, o PF requereu autorização para recolher
as assinaturas via internet. O TSE disse não. Hoje há 28 partidos
registrados no país.

Desencanto
A caravana de deputados que acompanha Requião, hoje, em Brasília, deve
retornar frustrada. O governo federal já mandou aviso que não vai ceder
no caso dos títulos podres do Banestado. Diz que o estado já foi
beneficiado.

Noves fora
A dívida total caiu de R$ 1,5 bilhão para R$ 750 milhões. E a multa que
era de R$ 10 milhões mensais caiu para R$ 6 milhões. Mais não tem jeito.

Golpe
Risível a nota distribuída por lideranças do PMDB que anuncia o plano
da esquerda partidária de derrubar os “direitistas” do governo Requião.

Tudo azul
Pior que isso, só a declaração do sobrinho do governador, João Arruda
(R$ 15 mil mensais), que disse, no calor do caso Stephanes Jr., que o
PMDB seria duro, mas sem perder a ternura”. Vai um viagra aí?




ARREMATE

Quanto foi mesmo que a “Carta Capital” amealhou no governo Requião?



OBLADI-OBLADÁ

Longe do governo
há dois anos, o deputado cassado e ex-ministro da Casa Civil, José
Dirceu, não tem do que reclamar. Atualmente ele desfila pelo país a
bordo de um jatinho supostamente pertencente ao megaempresário mexicano
da Comunicação, Carlos Slim. *** Mais. Dirceu está também de namorada
nova e, pelo jeito, sem problemas financeiros à vista. *** Benedito,
cadê você?