O líder da Oposição na Assembléia, Valdir Rossoni (PSDB), conseguiu
juntar um apelido inescapável ao secretário de Comunicação Social,
Airton Pissetti: Vampiro Brasileiro.

Casa perfeitamente com quem, ao longo de quatro anos, tem dormitado nas
catacumbas do Palácio Iguaçu e evitado sair à luz para explicar o
festerê dos gastos do governo com propaganda. O caso mais emblemático é
o de um tablóide que, em dois anos, acumulou faturas de mais de R$ 3
milhões, apesar de circulação indigente e do porte idem.

Há denúncias que já chegaram à CEI que apontam para o uso do jornal
como “laranja” na distribuição de recursos para membros do alto escalão
do governo. Outra linha de investigação deve bater no uso de jornais de
pequeno porte para direcionar editais de licitação. O esquema é tosco
como o engendrado pela quadrilha de Zuleido Veras, dono da Gautama, mas
que se presta a risco pela confiança na impunidade. O que não é de
admirar.

A derrama de dinheiro em órgãos de comunicação de audiência pífia
resvalou em Pissetti há dois anos no caso de um suposto mensalão pago a
deputados radialistas – e nunca devidamente esclarecido.

Antes, fora o estopim de um conflito protagonizado pelo próprio
Pissetti, o ex-secretário de Indústria e Comércio, Luiz Mussi, hoje
assessor especial de Requião, e um esquema de divisão fifth-fifth
(metade, metade) para a liberação de verbas do governo em propaganda.

A CEI da Assembléia foi aprovada nesta semana, em votação apertada,
depois que deputados da oposição tiveram acesso a um relatório do
Tribunal de Contas que aponta uma gastança muito superior ao previsto
no Orçamento em 2005 e 2006. No ano passado, quando Requião disputou a
reeleição, a liberação de recursos da Comunicação saltou de R$ 13
milhões para R$ 50 milhões.

Além de Pissetti, que será obrigado a comparecer à CEI da Assembléia,
também devem fazer sombra na sala na comissão diretores daquele e de
outros jornalecos. Quem sabe, assim, alguém descubra afinal por que
tanta benevolência do governo com publicações que passam ao largo até
da gaiola do periquito.

Botão vermelho
Foram preciso duas cartas de Guilherme Caron, que a julgar pela última
divulgada ontem transformou-se em uma espécie de Robinson Crusoé
catarina, para ejetar o pai, Luiz Caron, da Secretaria de Divisórias do
governo.

Do you remember?
Caron, o pai, alguém há de se lembrar, ficou famoso no 1o de janeiro
por levar e não refutar um sabão ao vivo e em cores de Requião, no
melhor estilo brucutu.

Dureza
Ontem, contudo, ele deixou o governo cantando loas do chefe. Assim não tem filho que agüente.

Sabonetão
Em Londres para assistir o amistoso entre Brasil e Inglaterra (1 a 1
chatotonix), o presidente Lula fez o que sabe fazer melhor: deu pitaco
sobre a partida, mas se esquivou de comentar o novo caso Hugo Chávez.

Tome-lhe
O presidente venezuelano reagiu à censura dos senadores brasileiros ao
episódio da RCTV, chamando-os de papagaios de pirata dos EUA e
afirmando ser mais fácil o Brasil voltar a ser colônia de Portugal do
que ele devolver a concessão ao canal de televisão.

Faz sentido
Entre os teóricos da conspiração houve quem visse na guerrinha entre
Chávez e o Congresso Nacional uma tática diversionista para mexer com
os brios nacionalistas da gente da taba e fazer esquecer o mais recente
escândalo que grassa em Brasília – o navalhismo.

Ô sina
Não foi desta vez que o governador Requião se livrou da marca zero no
quesito atração de investimentos para o Paraná. No Japão, fez visita ao
diretor-executivo da Yokohama, Takashi Suguimoto, com o “canto da
sereia”.

Terra à vista
Atrasadíssimo, diga-se. Há dois meses, o prefeito Beto Richa,
sobrevoou, ao lado de Suguimoto, a região de Curitiba e os municípios
de São José dos Pinhais e Araucária apontando locais onde uma fábrica
da empresa poderia ser instalada.

Quem sabe
O executivo japonês que viera à capital paranaense para discutir a
realização da prova do campeonato mundial da classe turismo (WTCC), do
qual a Yokohama é a principal patrocinadora, ficou animadíssimo. Pode
sair negócio.




ARREMATE

Que fim melancólico, hein Onaireves Moura?



OBLADI-OBLADÁ

O presidente da
Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Genéricos (ou
qualquer coisa assim), Toni Reis, trabalha duro para transformar
Curitiba em uma espécie de São Francisco das Araucárias. *** Sua última
investida prevê a realização do Concurso Miss Travesti Curitiba no
Clube Operário, na capital, no próximo dia 15. *** Entre as candidatas
são esperados clones de Marilyn Monroe, Liza Minelli, Greta Garbo e até
da ministra do Turismo, Marta Suplicy. Mas isso é moleza.