Dois reclames do governo

Bem Paraná

Nem é preciso fazer sinal de fumaça para identificar o evidente pandemônio instalado no governo para (in)explicar a gastança do governo Requião com publicidade oficial nos dois últimos anos. Adepto do provérbio “a melhor defesa é o ataque”, o governador se armou de tacape, bodoque e borduna e partiu para a briga.
Denotou o desespero sem disfarce. Em duas “peças publicitárias” lançadas, ontem, na TV Educativa, tratou de botar a mídia paranaense em um mesmo caldeirão e atear fogo. Pois, olha, em alguns casos as brasas eram “injustas”. Queime-se este Jornal do Estado, sim, porque afinal está incluído no índex (com muito orgulho) desde que o verniz low-profile de Requião foi riscado e revelou-se o mesmo falastrão que gestou um tal de “Ferreirinha”.
Mas, please, não juntem no fogaréu aquela imprença afagus afagabus que mamou nas tetas úberes da vaca pública e só se bandeou para a oposição quando a dita (a vaca) foi para o brejo.
Posto isso, passemos para uma avaliação das “peças publicitárias” exibidas apenas na parte do dia em que a audiência da TVE registra 15 negativo (o restante não é menos animador). A julgar pelo quesito ruindade dos comerciais, o carnavalesco atende pelo nome de Airton Pissetti (Comunicação Social).
Mais. A fúria de Requião registrada contra um ex-amigo jornalista não deixa dúvida acerca do diagnóstico. É “tristeza de vaqueiro”, muito comum entre aqueles que passam meses no pasto dando bom dia para cavalo.
Afora a picuinha pessoal, contudo, o reclame do governo cometeu erro crasso ao denominar o governo Lerner de anterior, quando Requião é a herança maldita de si mesmo. De quebra, impulsionou a contabilidade da oposição. Escuta aqui, se Lerner gastou R$ 1,5 bilhão em oito anos, quanto Requião gastará no mesmo período? Probleminha infanto-juvenil que pode dar em uma soma muito maior, dependendo do que for incluído no balaio. Lápis e papel na mão, portanto.

Virou piada
Engraçadíssima (como dizer diferente?) a proposta do deputado Marcelo Rangel (PPS) de convocar um ex-Secretário de Comunicação Social de Requião para explicar como funciona o mecanismo “é dando que se recebe” na pasta.

Pegou mal
Um jornalista resumiu: “É como chamar a raposa para depor no galinheiro”. Perfeito.

Mais um
Além de perder diversas lideranças nas últimas semanas para outros partidos, a bancada do PPS na Câmara de Curitiba perdeu também um vereador.

A caminho
Tico Kuzma pediu desfiliação, na sexta-feira passada, e agora flerta com três legendas: PSB, PV e PSC. A tendência é a de que o parlamentar assine ficha no partido de Ratinho Jr. – o PSC.

Menos, menos
O líder da oposição na Assembléia, Valdir Rossoni (PSDB), deu dois passos atrás na decisão de reforçar a comitiva de Requião que irá a Brasília “pedir o penico” ao governo federal na contenda dos títulos podres do Banestado.

Nau a pique
Há sinais evidentes de que a barca é furadíssima.

Assim assim
O senador Osmar Dias (PDT) também esquivou-se do assunto. Procurado ontem por jornalistas, mandou responder que está avaliando a questão, mas a uma distância segura.

Não é primo du?
Eduardo Ferrão, advogado do senador Renan Calheiros, despertou piadas nos bastidores do Conselho de Ética do Senado, ontem em Brasília. Foi impossível não detectar no seu estilo de oratória um quê de Gil Gomes.

ARREMATE
Amar é… reconhecer o corpo dela no Instituto Médico Legal. Quaquaquá.

OBLADI-OBLADÁ
A CPI da Invasão na Câmara continua fazendo corpo mole para convocar, na Justiça, o presidente do PMDB de Curitiba, Doático Santos. *** O ritmo é de slow-motion. Ontem, o vereador Valdemir Soares (PR) enfim revoltou-se com o telegrama desdenhoso que o peemedebista enviou aos vereadores. E olha que já faz cinco dias. *** Tem mais: segundo informações da Câmara, o telegrama sequer chegou aos membros da comissão. *** Parece que pegou o desvio errado.