Está
aí uma informação para ferver o caldeirão das eleições municipais de
2008: Lerner vem aí. Sim, o ex-governador e ex-prefeito de Curitiba em
quatro ocasiões está disposto a transferir novamente o domicílio
eleitoral do Rio de Janeiro para a capital paranaense e disputar mais
uma vez o paço municipal.
Quem garante? Ora, o irmão de Lerner,
Júlio. Nas rodas de café da Boca Maldita, no domingo ensolarado, o mano
disse isso mais de uma vez, e fez com que o público de curiosos
aumentasse em torno dele. Contou-se pelo menos 40 pessoas, entre idas e
vindas. Em dado instante diria-se que ali se registrou um mini-comício.
E
o que disse o irmão de Lerner? Reproduziu o que vai na cachola do
ex-governador. Com prestígio em alta nos círculos internacionais, nada
mais natural que Lerner – um urbanista laureado – voltasse à capital
disposto a dar continuidade aos projetos que, de fato, ainda permanecem
como marcas da capital. Primeira cidade a reciclar lixo, um dos
melhores sistemas de transporte urbano do país, capital ecológica,
Cidade Industrial de Curitiba. Listam-se os feitos de Lerner a tal
ponto, que por pouco esquecem também os defeitos administrativos. E,
não se enganem, eles são muitos. Mas parece que os saudosistas estão
dispostos a passar uma borracha em cima.
No desenho eleitoral
comenta-se que Lerner se transferiria, a princípio, para reforçar a
recandidatura de Beto Richa (PSDB) à prefeitura e só em caso de
emergência se apresentaria como candidato. Outra versão conta que Richa
não disputaria a reeleição para se preparar para a eleição ao governo
em 2010 e, assim, deixaria as portas abertas para o retorno do
ex-prefeito de Curitiba. São conjecturas, nada mais.
Se há um dado
precioso, no entanto, é o de que a “sombra” de Lerner pode sim reduzir
a pó a candidatura da petista Gleisi Hoffmann, a grande promessa das
oposições no ano que vem. Não pelo que ela fez. Mas justamente pelo que
não fez. E nesse quesito, o “bairrismo” do curitibano é arrebatador. Se
o retorno de Lerner é fato ou boato, não se sabe. O certo é que já
mexeu com o xadrez político que se avizinha.

Traje de passeio
Não
há nenhum objetivo sólido para a excursão de Requião ao Japão e à
França, a partir da próxima quarta-feira, a não ser alegrar a caterva.
No Oriente, por exemplo, a única missão é convidar a Família Imperial a
participar das comemorações do centenário da Imigração Japonesa no
Brasil, em 2008. Ora, um e-mail resolveria.

É pau
Os
funcionários de Saúde do estado podem aproveitar nesta segunda-feira a
manifestação em frente à sede do Lacen Guatupê para denunciar as
péssimas condições de trabalho no local.

É pedra
Um
relatório enviado ao então Secretário de Administração, Reinhold
Stephanes, em 2005, mostrou que o laboratório que deveria ser um centro
de referência nacional, funciona em precaríssimas condições.

Serial killer
Membros
da Polícia Civil com acesso ao Infoseg revelam que, apesar de preso e
condenado, o paranaense Adriano Silva, continua fora do sistema
nacional de informações. Obra da Secretaria de Segurança Pública do
estado. Na sexta-feira passada, Silva foi condenado a 21 anos de prisão
pelo assassinato de uma criança. Volta ao banco dos réus em agosto para
responder a outra morte de um menino.

Nem tanto
O
ministro Paulo Bernardo (Planejamento) admite que pode se candidatar a
governador em 2010. Mas avisa: nesse imbróglio é regra três.

Empazinado
Recém-filiado
ao PMDB, o ex-apresentador do Mesa Redonda, Fernando Gomes, não tem do
que reclamar. Desde o ano passado ocupa um cargo de alto escalão na
Casa Civil do governo. Obra do amigo de todas as horas, Rafael Iatauro.

Ó vida
Amargando
ostracismo, o ex-presidente da Assembléia e conselheiro do TC, Hermas
Brandão, é um dos convidados do “trem da alegria” que vai levar
secretários de estado, empresários e deputados a viagem ao Japão.
Chamem de “consolo”.

A frase
“Eu
não tenho que ficar mais utilizando o Fernando Henrique Cardoso como
comparação pra nada”. (Do presidente Lula, que já repetiu a afirmação
mais de uma vez depois da segunda posse).

ARREMATE
Delazari
vai ter que escolher: ou está secretário de Segurança Pública ou é
promotor do MP. Falta a decisão do STF. Mas são favas contadas.

OBLADI-OBLADÁ
Uma
ação integrada da Polícia Civil, da Polícia Militar e da Guarda
Municipal em Fazenda Rio Grande garantiu a tranqüilidade dos cerca de
2.500 alunos que participaram, de 4 a 10 de maio, dos Jogos Escolares
que reuniram participantes de 18 municípios.  *** De acordo com dados
da delegacia, há dois meses, a cidade não registra um caso de
homicídio. *** Do articulista Clóvis Rossi na Folha de S. Paulo de
ontem: “Quem pensa grande não compara com o que outros fizeram ou
deixaram de fazer, mas com o que é necessário fazer. Ponto.” “É
inaceitável para um administrador público conformar-se com tão pouco e,
ainda por cima, continuar olhando pelo retrovisor, em vez de mirar o
futuro”. *** Ei, serviu de carapuça?

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