A notícia de que teria sido um sul-coreano o autor das 32 mortes na
Universidade de Virgínia, nos EUA, já provocou preocupação. Teme-se que
os norte-americanos caiam no raciocínio provinciano do seu presidente
George Bush e saiam criando leis ainda mais rígidas contra os
imigrantes. Chon Seung-Hui, 23 anos, esclareça-se, não era um imigrante
ilegal. Segundo as agências de notícias, morava com a família e tinha
um comportamento que é próprio dos asiáticos: a timidez. Nada anormal,
portanto. Dizem que teria ateado fogo em dormitório de estudantes e
teria um comportamento violento. Tudo no terreno das especulações. O
fato, por enquanto, é que os policiais encontraram em sua mochila, o
recibo de compra de uma pistola 9 milímetros. E aí é que mora o perigo.

Ontem, alguns jornais mostraram cenas do documentário “Tiros em
Columbine” de Michael Moore, que deve ressuscitar nas locadoras
(comércio, ah o comércio), em que ele abre uma conta em um banco e
ganha, “de brinde”, um fuzil.

Quando John Lennon escreveu “Happiness is a Warm Gun” (algo como “a
felicidade é uma arma quente”, em tradução livre) previu o que estava
por ocorrer. Um jornalista que morou nos Estados Unidos, durante oito
anos, diz que a paranóia há muito está instalada no país. O mercado de
armas, contudo, tem se aproveitado do pavor para convencer o cidadão
comum, que já é lá meio pancada, de que ele deve comprar uma arma para
proteger os seus. De novo, o documentário de Michael Moore e a cena dos
exércitos paramilitares que pululam aqui e ali no Sul pobre dos Estados
Unidos dão bem a idéia de que o estado-pai, como nós da taba o
concebemos, não passa de bullshit para os americanos.

Se a matança na Virgínia vai servir para insuflar os ânimos contra os
asiáticos é cedo para dizer. O certo é que os americanos estão à beira
de um ataque de nervos e o governo Bush tem ajudado a torná-los ainda
mais neurastênicos. No pós-setembro de 2001, o preconceito contra os
descendentes de árabes nos EUA atingiu a zona limítrofe. O temor agora
é de que esse limite seja ultrapassado contra os estrangeiros em geral.
É o nosso apocalipse de cada dia.

De novo
Ressabiado com a decisão do TSE, Custódio da Silva (sem partido)
anunciou ontem que vai retornar ao PTB, partido pelo qual foi eleito. É
a terceira mudança de sigla do vereador em pouco mais de dois anos

Medalhinha
A data de filiação à nova legenda ainda não foi definida. Custódio diz
que vai esperar a vinda à capital do ex-presidente Fernando Collor de
Mello, que irá receber o título de Cidadão Honorário do Paraná das mãos
do deputado petebista Fábio Camargo. De quebra, leva também o de
Cidadão Honorário de Curitiba, da lavra de Custódio. Quem mais?

Para viagem
No estilo “bate e chuta”, o governador Roberto Requião recomendou, na
Escolinha, que os ex-assessores de Lerner fizessem uma visita especial
a César Franco no Primeiro Distrito Policial. O outro lado respondeu:
“Aproveita e manda uma quentinha para o Rasera”. Quaquaquá.

O retorno…
Apelidada de Barbie Vereadora durante o período de quatro meses em que
ocupou vaga na Câmara Municipal, em 2003, a beldade Márcia Schier
(PMDB) pode retornar à Casa por linhas tortas.

…da boneca
Amanhã, o PMDB faz reunião convocada pelo impoluto Doático Santos para
discutir, juntamente com a direção do PT, os caminhos legais que
possibilitem aos partidos requisitar os mandatos de “infiéis”. Além de
Márcia aguardam, esperançosos, o ex-vereador Adenival Gomes e Francisco
Garcez, ambos petelhos.

Grafite
“Melhor morrer de vodka que de tédio”. Maiakovski.




ARREMATE

Notícias que vão mudar o mundo. Sandy e Junior acabam de se separar. Meu Deus, o que será de nós agora?



OBLADI-OBLADÁ

Convites para o
casamento do primogênito do governador, Maurício Requião, estão sendo
disputados no mercado paralelo a tapas. Assessores do primeiro e
segundo escalão reclamam dos momentos de tensão pelo tão esperado
envelopinho decorado que comunica a realização do enlace em Brasília.
*** O casamento do filho de Requião, aliás, ganhou nome de filme – “O
Pai do Noivo” – e está sendo tratado como segredo de estado na Granja
Cangüiri. *** Nem assessores mais chegados sabem detalhes e rococós da
cerimônia. A oposição, contudo, se esbalda: faz aposta para saber quem
serão os excluídos no casório. Ô bando de alcoviteiras.