Reportagem publicada em “O Estado de S. Paulo”, no sábado, dá bem a dimensão do que é o governo do Paraná sob a batuta de Roberto Requião. O assunto era o inchaço das secretarias nos estados, no que seguem modelito de Lula que tem 37 ministros.
Pois a assessoria de imprensa do “Chávez brasileiro” julgou melhor omitir os dados. Primeiro não divulgou o número de secretarias no período requianista de 2003-2006, depois jogou a sujeira para debaixo do tapete ao contabilizar apenas 20 pastas no novo governo Requião, quando são 30.
Mesmo que se leve em conta o argumento do governo de que pelo menos 10 das chamadas secretarias contabilizadas pela oposição são, na realidade, ocupadas por “asssessores especiais” com status e salário de secretários, ele se reduz a pó na comparação óbvia. Tome-se o governo Lula e logo irá se verificar que também em Brasília há Secretarias Especiais, como a de Pesca, da Mulher, da Igualdade Racial, e tantos outros cabides, cujo ministro sem estrutura é, no fim das contas, um ministro.
O mesmo “O Estado de São Paulo” lembra na reportagem que, o Ministério da Pesca, que é uma Secretaria Especial, recebia R$ 5 milhões em 2003 e hoje recebe R$ 71 milhões. Ou seja, a estrutura agigantou-se e, inegavelmente, aumentou os gastos da máquina pública.
E se é caso de comparar o governo do Paraná com outra “doença” lulo-petista – o aparelhamento do estado – irá também se verificar uma semelhança rotunda. A criação de ministérios, secretarias, assessorias especiais ou seja lá que diabo se denomine, serve tão-somente para abrigar apaniguados de toda espécie. Vide o caso de Mangabeira Unger na Secretaria de Ações de Longo Prazo (a “Sealopra”). Vide o caso de Luiz Caron, na Secretaria de “Divisórias” (quaquaquá). Todos estão secretários ou são secretários, desfrutando das benesses e prebendas que só o poder público pode oferecer. Não se engane, portanto. É mutreta.
Cheirou
Nas entrelinhas, o colunista da Folha de S. Paulo, Josias de Souza, apontou para o envolvimento de um ministro do Paraná na Operação Navalha. Além dos suspeitos de sempre, claro. José Borba e José Janene.
Mexeu no bicho
Em sua campanha para recuperar o “lado bom” do regime militar – a Itaipu e Delfim Netto, por exemplo – Lula bateu na porta dos boatos que machucam. Um deles jura que o ex-metalúrgico foi uma criação de Golbery do Couto e Silva. Depois de falhar com a petebista Ivete Vargas em 79, o general teria engendrado um líder operário. Delfim, ao menos, acredita.
Deu no Tutty
De Arnaldo Jabor, noite dessas, no ‘Jornal da Globo’: “Os orgasmos viraram uma utopia!” E a gente achando que o problema dele era com o governo.
Bem, amigos
Impedido de imitar o apresentador Silvio Santos, o comediante Wellington Muniz, o Ceará, bem que podia incorporar outro personagem da brava tv brasileira. Que tal o Galvão Bueno? Galvão, você sabe, é aquele que não leva mala, mas sempre paga por excesso de bagagem no aeroporto. Quaquaquá.
Irmanados
“Meu agradecimento pela presença e minha admiração pelo seu trabalho político”. (Do ex-ministro Antônio Palocci em dedicatória para o colega de parlamento Paulo Maluf no lançamento do livro “Sobre Formigas e Cigarras”, de autoria do petista).
Tele-sina
A TV Pública do governo começa na TV Privada. Para ficar no termo predileto de Lula: Nunca houve na história tanto “reclame” da Caixa Econômica e da Petrobras. Só perde, e apertado, para as Casas Bahia.
Ai que meda!
Os maledicentes da Assembléia andam espalhando que a licença de saúde do deputado Geraldo Cartário (PMDB) está longe de inspirar cuidados médicos. O afastamento de seis meses tem mais a ver com certo homem de toga e capa preta. Explique-se melhor: se, por acaso, Cartário ver a sombra de um Oficial de Justiça ele grita: “assombração”. Quaquaquá.
ARREMATE
Se o PAC precisava de um empurrão não precisa mais. A Operação Navalha da PF deu novo significado à sigla: Programa de Apoio às Construtoras. Perfeito.
OBLADI-OBLADÁ
Quem digitar a frase “O maior mentiroso do Brasil” no Google, seguido do botão “Estou com sorte” vai dar de cara com o perfil de Lula na Wikipédia. Ô gente maldosa. *** A queda das ideologias deu nisso. No sábado o que sobrou do ex-carbonário Alfredo Sirkis na Convenção Nacional do PV resultou em triste figura. Só não inspira pena porque a tchurma pode confundir com José Luiz Penna, o presidente da legenda. *** Os tucanos mais descrentes (e, pelo jeito, também mais realistas) apostam que a novela Luiz Nishimori no PSDB deve ser tão longa quanto a novela Delazari na Secretaria de Segurança. Vai ganhar longe de “Direito de Nascer”.