A figura do senador Wellington Salgado (PMDB-MG), novo relator do
processo contra Renan Calheiros no Conselho de Ética da Casa, não deixa
dúvida: estamos diante de uma pantomima.

Salgado é aquele senador cabeludo, com jeitão de roqueiro, que costuma
engrossar feito um vocalista de banda heavy metal quando toma a
palavra. E as semelhanças param por aí. Salgado, apesar do nome, é um
doce. Pelo menos no que diz respeito ao presidente do Senado. Ontem, ao
assumir o cargo já antecipou o seu voto. Irá pedir o arquivamento do
processo. Pronto.

Releve-se as denúncias que pipocam e o laudo da perícia da Polícia
Federal acerca de notas frias e gado super-faturado. Salgado, o
cabeludo, não quer nem saber.
Há pouco, o senador ganhou fama ao sugerir a reconstituição do acidente
do Legacy com o Boeing da Gol. Nem a pilhéria pública o fez mudar de
idéia.

Em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o humorista, digo senador, reafirmou a sua disposição de voar e, juro, quase matou os leitores. Mas de rir.
1) “Vou desligar o transponder e mergulhar mil metros. O (senador Romeu) Tuma diz que vai comigo”.

2) “Recebi um e-mail dizendo: ‘Leva a senadora Ideli Salvati (PT-SC) de aeromoça’”.
3) “Macho como eu você conta no dedo aqui (no Senado)”.

4) “Eu levaria o Suplicy sim, mas desde que ele não fosse até a cabine.
Vai que, na hora de desligar o transponder, ele aperta o botão que
desliga a turbina!” Quaquaquá.

A propósito: nesse clima de galhofaria instalada na comissão, não custa
sugerir que Salgado proponha também a reconstituição do caso
Renan-Mônica Veloso tintim por tintim para que, assim, esclareça-se de
uma vez por todas a inocência propalada por Renan e na qual o relator
só faz botar fé.

Para quem julga absurda e algo sacana a proposta (ah vá), considere-se
que é muito mais crível do que aquela que o senador, do alto de sua
cabeleireira, propõe no episódio trágico da colisão entre aviões.

Fazendo pilhéria (mais uma), o senador Demóstenes Torres (DEM) disse
que a proposta de Salgado exigiria a instituição de um
“auxílio-funeral”. Pois vide a economia: na reconstituição do caso
Renan-Mônica é necessário apenas um “auxílio cara-de-pau”. Mas nem
precisa.

Mais fino
Muito antes da ministra Marta Suplicy (Turismo) reviver o seu tempo de
sexóloga de TV e cunhar a frase “relaxa e goza” à trupe de passageiros
desesperados, o filósofo bardo-iratiano Nêgo Pessôa tascou em sua
coluna na revista “Idéias”: “Relax&Enjoy”.

Bola de cristal
Eis o nosso médium-vidente de plantão.

Pacotaço
Nos bastidores, comenta-se que a pesquisa Datacenso divulgada na
terça-feira, teria sido encomendada pelo staff do PPS (leia-se Rubens
Bueno).

Lembra dele?
Não por acaso, o pepessista aparece em segundo lugar nas intenções de
voto. Seria uma forma de valorizar-se e ressuscitar o espectro do
“barra limpa”.

Continua o mesmo
O problema é que o PPS não vê da mesma maneira. Intra-muros, Bueno
segue com a pecha de “espanta rodinha” e vê seu espaço partidário
diminuir a cada dia.

Mas a carinha
Ele garante que não se importa. Se os esforços para voltar à cena curitibana falharem, sempre haverá Campo Mourão.

Teoria da relatividade
Deu no Tutty Vasques: “segundo Lula, ‘o Brasil vive seu melhor momento
desde que a República foi proclamada’. Isso quer dizer o seguinte: isso
aqui nunca foi bom!”

Outra do Tutty
“Rubinho Barrichello não vai carregar a tocha do Pan. O COB ficou com medo de atrasar a abertura do evento”.



ARREMATE


O senador Osmar
Dias (PDT) riu às escâncaras ao ser indagado por um repórter se Requião
havia se comportado bem na reunião com a bancada paranaense. Dias disse
que fez intróito: “Aqui não é a Escolinha”. Requião engoliu em seco.




OBLADI-OBLADÁ

A Câmara de
Curitiba ressuscitou o projeto de Parlamento Metropolitano que
dormitava na gaveta desde 2003. *** No início de julho está marcada uma
reunião na Sapolândia (QG do tucano João Cláudio Derosso) para
alinhavar a proposta.