Fatia de 58% dos engenheiros brasileiros nĂ£o trabalha em sua Ă¡rea de formaĂ§Ă£o, aponta anĂ¡lise feita pela ConfederaĂ§Ă£o Nacional da IndĂºstria (CNI) com base em estatĂsticas do MinistĂ©rio da EducaĂ§Ă£o (MEC) e do Instituto Brasileiro de Geografia e EstatĂstica (IBGE). Ou seja, seis de cada dez engenheiros brasileiros nĂ£o trabalham com engenharia. O levantamento aponta que de 680.526 engenheiros empregados, apenas 286.302 (42%) trabalham na Ă¡rea e, dentro desse grupo, 65% atuam na regiĂ£o Sudeste.Do total de ocupados com engenharia, pouco mais da metade estĂ¡ no setor industrial, que atrai 153.341 profissionais (54%).
Para a CNI, esses resultados sĂ£o motivo de preocupaĂ§Ă£o para o setor produtivo, argumentando que “os engenheiros sĂ£o os profissionais que levam a inovaĂ§Ă£o e competitividade para as empresas”.
Diante desse cenĂ¡rio, a CNI defende mudanças nos cursos de engenharia. Uma das sugestões Ă© a inclusĂ£o de disciplinas no currĂculo de experiĂªncias prĂ¡ticas para que haja uma aderĂªncia do ensino Ă s demandas da indĂºstria, semelhante ao que ocorre com a residĂªncia em medicina. A confederaĂ§Ă£o cita que na Alemanha “a formaĂ§Ă£o de engenheiros Ă© baseada em know-how prĂ¡tico, voltada para aplicaĂ§Ă£o industrial”.
“A indĂºstria que investe em inovaĂ§Ă£o requer profissionais prontos, com visĂ£o de mercado, habilidades de gestĂ£o, de trabalho em equipe, aplicaĂ§Ă£o de leis e normas tĂ©cnicas e domĂnio de idiomas estrangeiros, principalmente o inglĂªs. Mas os engenheiros saem das universidades brasileiras com excesso de teoria e falta de prĂ¡tica. Como nĂ£o estĂ£o prontos para a indĂºstria, buscam outros setores”, avalia o diretor de EducaĂ§Ă£o e Tecnologia da CNI, Rafael Lucchesi.