Empregado, mas não “casado” com empresa

Pesquisa mostra que 91,4% dos trabalhadores com emprego do Sul estão abertos a propostas

Bem Paraná

O mercado aquecido e a possibilidade maior de negociar salários e benefícios têm deixado o trabalhador atento às movimentações e novas oportunidades de se recolocar. Prova disso é a recente pesquisa feita pela Catho, site de empregos líder no país, com mais de 2 mil brasileiros que mostra que mesmo com emprego, 89% dos profissionais estão abertos a ouvir propostas. O percentual é ainda maior quando fazemos um recorte pela região Sul: 91,4%.
A pesquisa mostra ainda que o tempo de casa, como era de se esperar, é um fator que influencia de maneira significativa no interesse em uma nova colocação no mercado. Contudo, 37% dos entrevistados, embora não estejam procurando emprego, gostariam de ouvir uma proposta, mesmo com menos de 1 ano de casa.
O aumento da formalização – até 31 de dezembro mais de 39 mil tinham carteira assinada – e a alta rotatividade contribuem para um mercado extremamente aquecido. As empresas têm de se adaptar a esta tendência e inovar para atrair e reter talentos para seu time, observa Luis Testa, head de Estratégia e Pesquisa da Catho.

Diante de tantas propostas e do mercado aquecido, as empresas têm que entender que o dinheiro como única forma de estímulo na relação com o trabalho vem perdendo força para uma série de fatores combinados, tais como aprendizado e contanto constante com pessoas inovadoras. A afirmação é de Bárbara Teles, gerente de relacionamento do 99jobs.com, primeira comunidade de carreiras para jovens. A opinião da especialista vai ao encontro da pesquisa divulgada pela MSW Research, que aponta 64% de seus entrevistados afirmando sobre a queda na importância sobre relação entre o ganho financeiro e a ocupação profissional.

O levantamento continua o questionamento ao perguntar sobre uma eventual troca de emprego a partir de uma oferta com aumento salarial, e apenas 4% afirmam realizar esta substituição. Entretanto, considerando apenas funcionários com ganhos acima de 24.999 dólares anuais, 15% se consideram desengajados, enquanto 51% acreditam estar parcialmente e 35% totalmente engajados.
Do ponto de vista da gerente, para o aumento do engajamento, as organizações não devem atuar apenas com feedbacks e ensinamentos por via de treinamentos. Eles estimulam, mas não conseguem gerar o engajamento por causa do propósito comum. Hoje, a melhor forma de aumentar o engajamento das pessoas é trazê-las pelo compartilhamento de valores e da contribuição mútua: o que o indivíduo agrega para aquele ambiente, e de que forma aquele ambiente devolve a contribuição dele para a sociedade, acredita Bárbara.