Piso salarial, jornada de trabalho, local adequado para o descanso profissional, dimensionamento de pessoal e condições adequadas para uma assistência segura, e, ainda, qualidade da formação dos profissionais de enfermagem, ameaçada pelo aumento indiscriminado da oferta de grauduação de enfermagem a distância (EaD). Esses serão os temas debatidos em audiência pública hoje, Dia Nacional de Luta pela Valorização da Enfermagem, na Câmara Municipal de Curitiba, Anexo II, às 14 horas.

Nós partimos das diretrizes curriculares que colocam o limite de até 20% da carga horária como passível de ser ministrada pela modalidade de ensino a distância, mas 100% é inadmissível, afirma a presidente de Coren-PR, Simone Peruzzo. Ela ressalta que há instituiuções oferecendo a formação com valores a partir de R$ 149,90, o que é incompatível com um ensino e formação de qualidade na área de enfermagem.
Simone afirma ainda que neste Dia Nacional de Luta, o Conselho Federal de Enfermagem pede o fim deste tipo de modalidade, que teve em 2015 a autorização do Ministério de Educação e Cultura (MEC) para funcionar.
As audiências públicas estão sendo realizadas em todo o Brasil para sensibilizar e buscar apoio da sociedade quanto aos riscos da formação EaD em Enfermagem – que já oferece mais de 58 mil vagas de graduação. O Projeto de Lei 2.891/2015, que proíbe a formação de enfermeiros e técnicos de Enfermagem na modalidade não-presencial, já recebeu parecer favorável da Comissão de Educação.

Serviço
Audiência Pública
Dia: 17/05/2016
Horário: 14h
Local: Câmara Municipal de Curitiba, anexo II
Av. Visc. de Guarapuava, S/N – Centro

A enfermagem no Paraná

80 mil profissionais atuam na área de Enfermagem
76,5% de técnicos e auxiliares
23,5% de enfermeiros.

56,9% da equipe de enfermagem trabalha no setor público
33,2% no privado
15,7% no filantrópico
12,7% nas atividades de ensino

74% da equipe de enfermagem declaram desgaste, o maior percentual encontrado para a Região Sul.

0,4% de profissionais na equipe recebem menos de um salário-mínimo por mês.
20% que declararam ter renda total mensal de até R$ 1.000 – o maior percentual encontrado para a Região Sul.

69,4%) tem apenas uma atividade/trabalho.

32,1% dos profissionais que atuam em instituições privadas ganham até R$ 1000
57,2% dos profissionais que atuam em instituições filantrópicas ganham até R$ 1000
15,1% dos profissionais que atuam em instituições públicas ganham até R$ 1000
23,6% dos profissionais que atuam em instituições de ensino ganham até R$ 1000

87,9% dos profissionais que atuam na enfermagem são mulheres
11,9% dos profissionais são homens — abaixo da média nacional de 14,4%

30,1% de todo o contingente, fizeram ou estão fazendo curso de graduação — maior porcentual é o maior encontrado para a Região Sul.

7,8% dos profissionais entrevistados relatando situações de desemprego nos últimos 12 meses. 47,9% relataram dificuldade de encontrar emprego
49,6% se concentram na capital.