Com um histórico tão recente e o desconhecimento do público, os luthiers acabam, de certa forma, sendo vítimas do preconceito. É o que aponta um dos criadores do curso da UFPR, Aloísio Leoni Schmid. Um dos maiores problemas que os alunos enfrentam é a falta de reconhecimento e compreensão da própria família. Não é como um filho dizer ‘ah, vou estudar Direito’. Os pais não aceitam o filho fazendo um curso tecnológico, afirma o engenheiro mecânico, que também é violinista amador.
Outro problema é a falta de confiança na importância desse curso. Muitas pessoas que começam a cursar tem uma dúvida muito grande: ‘Será que vou ganhar minha vida com isso?’ Infelizmente, é uma falta de visão. Muitos não enxergam ou valorizam o valor que pode ter a luteria, tanto valor artístico quanto econômico. Veja que um instrumento feito com qualidade por um bom artesão passa facilmente dos R$ 10 mil, aponta Aloísio, que embora não seja luthier, foi coordenador do curso na UFPR até 2012.
É bom ter ciência que é necessário lidar com maquinário e processos pesados, que exigem alguma força física, que você estará sujeito frequentemente a se sujar, inalar pó e que há produtos químicos. Se você não tem problemas com isso e gosta de trabalhos manuais e artes, a luteria é uma ótima atividade, quer seja por hobby ou profissionalmente, finaliza Hellmann.