Jovens, hiperconectados, otimistas, com grande poder de compra e idealistas. É essa mistura que faz com que homens e mulheres nascidos entre 1977 e 2000 sejam inseridos dentro da geração Y, os millennials. Este perfil de jovens profissionais já não se enquadra mais no modelo corporativo tradicional e, ao invés de tentarem se adequar, a nova geração quer mudar a forma como trabalhamos.

Uma pesquisa global liderada pelo join.me, mostrou que os millennials representarão 75% da força de trabalho no mundo nos próximos dez anos. E mais do que ser grande parte da população economicamente ativa, esta geração quer liderar: mais da metade dos entrevistados no levantamento revelaram desejar se tornar líderes de equipe ou o ocupar o cargo mais alto nas empresas em que trabalham.

Acredita-se que na próxima década, esta geração irá usar a facilidade com a tecnologia e o desejo por inovação para trilhar este caminho até o topo, revolucionando o conceito de produtividade no ambiente de trabalho.

Porém, por enquanto, este é apenas um desejo, uma vez que 28% destes jovens ainda acreditam que as empresas em que trabalham não aproveitam todas as suas habilidades. Estas pessoas são motivadas pela autonomia: não são preguiçosos, estão dispostos a trabalhar o quanto for necessário para cumprir uma tarefa, mas ao mesmo tempo desejam ter a flexibilidade de levantar da mesa para dar uma volta na hora que bem entenderem, comenta Gustavo Boyde, gerente de marketing da LogMeIn para América Latina.

A espontaneidade e a tecnologia devem desempenhar papéis fundamentais na maneira que estes indivíduos se conectam com seus colegas de trabalho e chefes. Muitas das barreiras que tradicionalmente afastavam as pessoas no mundo corporativo estão sendo quebradas pela combinação de ferramentas de colaboração online, mídias sociais e dispositivos conectados. Hoje é comum que um estagiário seja amigo no Linkedin do CEO da empresa, exemplifica Boyde.


Smartphones ganham espaço

O IBGE já mostrou a força dos celulares entre os brasileiros: 80% da população acessa a Internet pelos dispositivos móveis, contra os 76% que se conectam por meio de computadores, cenário que é ainda mais forte entre a geração Y. A pesquisa Telefónia Global Millennial Survey destaca que 78% dos jovens no Brasil têm smartphones para realizar atividades variadas durante os vários acessos à rede que fazem ao longo do dia.

No levantamento feito pelo join.me, os jovens elencaram as diferentes funções para o celular no dia a dia, como uso social, música, fotos, contatos, compras, comunicação, exercícios físicos, alimentação, finanças, trabalho, transportes, educação, viagens, filhos, saúde, vida amorosa, atividades domésticas e saúde mental.

Não podemos mais impedir ou achar ruim que um jovem executivo passe uma reunião toda olhando para o celular – é justamente esta conexão que pode fazer com que a conversa seja ainda mais produtiva, comenta Boyde.

Outro levantamento da LogMeIn elencou os principais usos do smartphone em reuniões: 34,6% usam o celular para tomar notas, 47,56% acessam a internet, 16,05% compartilham documentos, 19,44% tiram fotos, 19,74% participam de conferências por áudio, 7,48% participam de reuniões por vídeo, 19,04% confirmam a participação por mensagem, 13,16% participam de uma reunião online, 6,58% usa o celular como segunda tela para complementar uma eventual apresentação e 3,29% conduzem uma reunião pelo celular.


E para onde iremos daqui para frente?

Para atender a esse novo profissional as empresas precisam absorver essas mudanças
– Pesquisar e implementar novas soluções que permitam interações e reuniões virtuais, mesmo que em movimento;
– Escolher ferramentas de trabalho que rodem em dispositivos móveis, inclusive naqueles que não foram nem inventados ainda;
– Pensar no trabalho fora do escritório, com flexibilização de local, e passar a considerar qualquer lugar com Wi-Fi como um local de produtividade corporativa.
– Flexibilização no horário de trabalho, avaliando os funcionários não por horas de trabalho, mas por projetos concluídos com sucesso.
– Muitas novas ferramentas já permitem que os funcionários trabalhem desde qualquer lugar ou mesmo em movimento, como se estivessem no escritório.