A inadimplĂªncia atingiu 55% dos inscritos no programa Microempreendedor Individual (MEI) em 2013, razĂ£o pela qual a pasta decidiu enviar as guias de recolhimento dos tributos deste ano por correio. A informaĂ§Ă£o Ă© do ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, que participa nesta segunda-feira, 10, do FĂ³rum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. A secretaria vai emitir 3,7 milhões de carnĂªs de cobrança em 2014 para tentar reverter o quadro.

“Foi uma alta inadimplĂªncia. Ele (microempreendedor) abriu (a empresa) fĂ¡cil pelo portal – e seria fĂ¡cil ele pegar as guias e recolher -, mas grande parte nĂ£o tem a cultura de ir ao portal (imprimir o boleto)”, disse Afif. “EntĂ£o voltamos ao velho e bom carnĂª.” Segundo Afif, os carnĂªs referentes a 2014 chegarĂ£o aos seus destinos jĂ¡ a partir de fevereiro.

Afif afirmou ainda que uma emenda jĂ¡ foi incluĂ­da ao projeto de lei que visa atualizar a Lei do Simples, o PLP 237 de 2012, para tentar garantir que os pequenos dĂ©bitos de impostos estaduais sejam desconsiderados e “começados do zero”. “O imposto dos Estados para cobrar Ă© tĂ£o pouco que criaria um problema”, argumentou. Essa medida, no entanto, depende da aprovaĂ§Ă£o da lei no Congresso.

O ministro espera que o PLP 237 seja aprovado pela CĂ¢mara jĂ¡ em março. Para tanto, jĂ¡ tem reuniĂ£o marcada com o presidente da CĂ¢mara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e com as lideranças da Casa na primeira quinzena daquele mĂªs para tratar do tema. “Estou sendo convocado para uma reuniĂ£o com todos os lĂ­deres e se pretende colocar no PlenĂ¡rio da CĂ¢mara ainda em março, para dar tempo de chegar no Senado dentro do prazo”, disse Afif.

O Simples Nacional Ă© um regime especial de recolhimento que reĂºne para as pequenas companhias oito tributos em uma Ăºnica guia.

Mudanças

O ministro tambĂ©m defendeu os dois principais pontos da matĂ©ria em tramitaĂ§Ă£o, cujo relatĂ³rio foi aprovado no final do ano passado por uma ComissĂ£o Especial na CĂ¢mara: o fim da substituiĂ§Ă£o tributĂ¡ria para as micro e pequenas empresas e universalizaĂ§Ă£o do Simples para todos os setores, sendo considerado apenas o faturamento da empresa para inclusĂ£o no regime diferenciado.

“Temos que acabar com a substituiĂ§Ă£o tributĂ¡ria em cima das pequenas empresas”, criticou o ministro, para quem o atual regime “tira a competitividade” dos empreendimentos de pequeno porte. Para determinados produtos, os Estados cobram antecipadamente da indĂºstria o ICMS que seria recolhido de forma pulverizada em outras etapas. Ao adquirir esse bem, uma micro ou pequena empresa, mesmo que inscrita no Simples, paga um imposto embutido e calculado para uma mĂ©dia ou grande companhia. Entidades reclamam que essa prĂ¡tica, chamada de substituiĂ§Ă£o tributĂ¡ria, anula as vantagens do Simples.

Afif tambĂ©m disse que sua pasta quer “ampliar o Simples para todos”. “Quem fatura atĂ© R$ 3,6 milhões (por ano) Ă© Simples, nĂ³s queremos ampliar para todas as categorias”, concluiu. Hoje, apesar do teto estipulado para a participaĂ§Ă£o do Simples, algumas categorias e tipos de serviço nĂ£o podem recolher pelo regime.

O ministro da Micro e Pequena Empresa antecipou que a primeira reuniĂ£o do Conselho Interministerial de AvaliaĂ§Ă£o do Simples Nacional ocorrerĂ¡ nesta quarta-feira, 12, e que o encontro serĂ¡ comandado pela presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, a reuniĂ£o vai “traçar as bases para o ministĂ©rio em 2014”, sendo a principal meta a implementaĂ§Ă£o de uma rede simplificada para a abertura e o fechamento de empresas em todo o territĂ³rio nacional, a RedeSim.