Até o final do ano serão contratados 14.151 paranaenses para trabalho temporário, de acordo com as informações do Sindicato das Empresas de Prestação de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário do Estado de São Paulo (Sindeprestem) e pela Federação Nacional dos Sindicatos de Empresas de RH, Trabalho Temporário e Terceirizado (Fenaserhtt) ao Instituto de Pesquisa Manager (Ipema).

As comemorações de final de ano tradicionalmente intensificam a movimentação comercial e, para dar conta de atender a demanda, a indústria e o comércio costumam contar com ajuda extra. Em todo Brasil deverão ser contratados 163,6 mil trabalhadores temporários, 1% a mais do que no ano passado. Após o término do contrato, cerca de 8 mil pessoas devem ser efetivadas.

De acordo com o presidente do Sindeprestem e da Fenaserhtt, Vander Morales, a desaceleração da economia – com avanço da inflação, alta da taxa de juros e dólar rompendo patamares anteriores – indica a possibilidade das contratações temporárias ficarem para a última hora. A indústria, por necessidade de produção, contrata mão de obra adicional muito antes do comércio, este mais sensível aos rumos da economia. É possível que nesse ano o varejo primeiro avalie a movimentação comercial para depois contratar mão de obra extra, em meados de novembro.

PRIMEIRO EMPREGO

Muitos jovens poderão ter a primeira oportunidade de trabalho nesse final de ano. A pesquisa do Sindeprestem/Fenaserhtt prevê a contratação de 24,5 mil temporários com idades entre 18 e 24 anos. Normalmente dezembro e janeiro são meses de férias escolares, então muitos aproveitam o período para ganhar dinheiro e ao mesmo tempo adquirir experiência profissional. O trabalho temporário é um facilitador para a entrada no mercado, diz Maria Olinda Longuini, diretora do Sindeprestem e da Fenaserhtt.
 
Deste contingente, 70% deverão ser contratados pelo comércio e 30% pela indústria. Os salários pagos pela indústria e pelo comércio estão mais altos do que no ano passado: 6% e 5%, respectivamente. Na indústria a remuneração média é de R$ 1.298, mas os salários pagos pela indústria aos temporários contratados oscilam entre R$ 996 e R$ 1.600, além dos benefícios como vale-transporte e vale-refeição.

Já no comércio, a remuneração média é de R$ 1.024. Os salários pagos pelo comércio aos temporários contratados oscilam entre R$ 768 e R$ 1.280, além dos benefícios como vale-transporte e vale-refeição, mais possíveis prêmios por metas atingidas.

Legislação  —  O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) ampliou o contrato de trabalho temporário para até nove meses (Portaria nº. 789/2014). Antes, por lei, o prazo máximo permitido era de até seis meses. A nova regra, porém, só é válida quando há comprovação da necessidade de substituição de funcionário regular e permanente. Portanto, não pode ser aplicada nos contratos firmados para suprir o acréscimo extraordinário de serviços, situação comum no período que antecede datas comemorativas como o Natal, Páscoa e Dia das Mães.

Joelma de Matos Dantas, gerente jurídica do Sindeprestem, explica que os contratos firmados para o final do ano no geral seguirão as regras anteriores à Portaria 789. A indústria e o comércio contratam trabalhadores temporários devido ao aumento da produção e do consumo, principalmente após o pagamento do 13º salário. E para essa situação o prazo permitido por lei continua sendo três meses, prorrogáveis por outros três meses após aprovação do MTE.