O sistema financeiro fechou 1.024 postos de trabalho em janeiro de 2014. O nĂºmero sĂ³ nĂ£o foi maior porque a Caixa EconĂ´mica Federal criou 521 vagas no mesmo perĂ­odo. O ParanĂ¡ Ă© o quinto estado com maior corte de vagas neste ano: foram 78 demissões, perdendo para SĂ£o Paulo, com 278 demissões, Rio de Janeiro, com 177, Minas Gerais, com 114, Rio Grande do Sul, com 93 demissões. 

Os dados constam na Pesquisa de Emprego BancĂ¡rio (PEB) divulgada nesta quarta-feira (26) pela ConfederaĂ§Ă£o Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), que faz o estudo em parceria com o Dieese, com base nos nĂºmeros do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do MinistĂ©rio do Trabalho e Emprego (MTE).

Segundo o estudo, os bancos brasileiros contrataram 2.613 funcionĂ¡rios em janeiro e desligaram 3.637. Vinte estados apresentaram saldos negativos de emprego. Os maiores cortes ocorreram em SĂ£o Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com 278, 177 e 114 cortes, respectivamente.

“Apesar dos lucros bilionĂ¡rios, os bancos brasileiros, principalmente os privados, continuaram reduzindo postos de trabalho, a exemplo de meses anteriores, o que Ă© completamente injustificĂ¡vel. Desta forma, eles travam a geraĂ§Ă£o de empregos e renda, prejudicam o emprego dos bancĂ¡rios e nĂ£o contribuem para o crescimento com desenvolvimento econĂ´mico e social do paĂ­s”, avalia Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

A pesquisa mostra que o salĂ¡rio mĂ©dio dos admitidos pelos bancos em janeiro foi de R$ 3.443,22 contra o salĂ¡rio mĂ©dio de R$ 5.407,07 dos desligados. Ou seja, os trabalhadores que entram no sistema financeiro recebem remuneraĂ§Ă£o 36,3% inferior Ă  dos que saem.

“Os bancos privados seguiram praticando rotatividade, esse instrumento nocivo utilizado para enxugar a massa salarial e aumentar ainda mais os lucros”, critica o dirigente sindical. “Um dos grandes desafios dos bancĂ¡rios em 2014 Ă© ampliar a luta contra as demissões e as terceirizações, por mais contratações e pelo fim da rotatividade, como forma de proteger e ampliar o emprego”, aponta Cordeiro.

“Com essa rotatividade, a responsabilidade social, a sustentabilidade e o desenvolvimento viraram peças de marketing dos bancos. Precisamos enfrentar e transformar essa realidade, visando aumentar os postos de trabalho e a remuneraĂ§Ă£o dos bancĂ¡rios, na perspectiva da retomada da geraĂ§Ă£o de empregos e renda e da melhoria do atendimento aos clientes e Ă  populaĂ§Ă£o