A presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, deu posse hoje, quarta-feira (5), ao novo diretor industrial da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras (Fafen-PR), Edmir Bitencourt de Souza, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. No dia 1º de junho, a Petrobras oficializou a compra da Araucária Nitrogenados da Vale Fertilizantes.
Na cerimônia, que contou com a presença do diretor de Gás e Energia, Alcides Santoro, do diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais, José Antônio de Figueiredo, do gerente executivo de Gás Química e Liquefação, Luiz Eduardo Valente Moreira, de executivos da Companhia e representantes dos empregados da Fafen-PR, a presidente Graça Foster fez questão de ressaltar a importância da unidade para os negócios e os resultados da Petrobras.
O pagamento, no valor de 234 milhões de dólares, será feito com a receita proveniente do arrendamento dos direitos minerários de titularidade da Petrobras à Vale no Estado de Sergipe. A unidade passa a integrar o portfólio de produção de fertilizantes da Petrobras e tem capacidade de produção anual de 700 mil toneladas de ureia e 475 mil toneladas de amônia, além de produzir o Agente Redutor Líquido Automotivo (Arla 32).
A planta, que entrou em operação em 1982, vai complementar os demais ativos de fertilizantes da Petrobras, possibilitando maior proximidade com os mercados de São Paulo e Paraná; maior disponibilidade de armazenamento e modais de transporte; otimização do mix de produção de cada fábrica para atender aos perfis de seus mercados adjacentes; e potenciais sinergias com a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), que fica próxima e fornece matéria-prima (resíduo asfáltico) à Fafen-PR.
Novas unidades – A Petrobras é a maior produtora de fertilizantes nitrogenados do Brasil. Com a aquisição da Fafen-PR, a empresa reforça a área de negócio em fertilizantes, em alinhamento com o seu Plano de Negócios e Gestão 2013-2017. A Companhia possui duas fábricas, a Fafen-SE, com capacidade de produção de 657 mil toneladas/ano de ureia e 456 mil toneladas/ano de amônia; e a Fafen-BA, com 474 mil toneladas/ano de ureia e 474 mil toneladas/ano de amônia.
A Petrobras está investindo em novas unidades a fim de acompanhar o crescimento do mercado. Em Três Lagoas (MS) está sendo construída uma planta que entrará em operação em setembro de 2014 com capacidade para produzir 1,2 milhão de toneladas/ano de ureia. No município de Laranjeiras (SE), está sendo construída uma planta de sulfato de amônio com capacidade para produzir 303 mil toneladas/ano, começando a produzir ainda este ano. Duas outras unidades estão em estudo no Plano de Negócios e Gestão, uma em Uberaba (MG), com capacidade para 519 mil t/ano de amônia, e outra em Linhares (ES), com capacidade para produzir 750 mil t/ano de ureia.
Mercado de fertilizantes – O segmento de fertilizantes encontra-se em expansão, tanto no Brasil quanto no mundo. Com o crescimento populacional e o aumento de renda espera-se um aumento no consumo de alimentos, principalmente de proteína animal, que requer mais grãos para sua produção e, por consequência, maior consumo de fertilizantes.
O consumo de fertilizantes no Brasil, em 2003, foi de 22,8 milhões de toneladas, passando para 29,6 milhões em 2012, o que configurou crescimento de 30% no período. De acordo com dados da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, organização mundial com sede em Paris), entre 2010 e 2020, somente no Brasil, a produção de alimentos crescerá 40%.
Atualmente, o Brasil consome cerca de 4 milhões 400 mil toneladas de ureia, sendo a Petrobras responsável por 35% da produção, já considerada a nova Fafen-PR. Com as unidades em implantação e em avaliação, a Petrobras atenderá, em 2015, a 55% do mercado e, em 2020, a 59%, reduzindo a necessidade de importação desse valioso insumo.
Fertilizantes nitrogenados são matérias-primas derivadas da amônia e amplamente utilizadas na agropecuária e na indústria. A ureia, que é um fertilizante nitrogenado, pode ser usada na produção de cosméticos, medicamentos, resinas, colas e hidratantes corporais, por exemplo. Outro fertilizante nitrogenado, o sulfato de amônio também é utilizado na produção agrícola.
A amônia é obtida a partir da transformação química do gás natural. Sua principal utilização é como matéria-prima para a produção de fertilizantes nitrogenados (ureia, sulfato de amônio e nitrato de amônio) e fertilizantes fosfatados (fosfato monoamônico e fosfato diamônico). A amônia é usada também na indústria alimentícia e na produção de desinfetantes, tinturas de cabelo, materiais plásticos, couro e explosivos, entre outros produtos.