O governo do Estado não consegue se livrar dos problemas com funcionários de estatais e servidores. Enquanto os funcionários da Sanepar resolveram suspender a greve pelo menos até segunda-feira, professores de todas as universidades estaduais do Paraná fazem hoje um dia de paralisação de advertência por impasses salariais e condições melhores de trabalho.

 A parada dos professores foi definida durante assembléias realizadas na quarta-feira da semana passada, quando os docentes também aprovaram o Indicativo de Greve em todas as Instituições Estaduais de Ensino Superior (IEES). Os professores cobram do governo uma proposta que reponha as perdas salariais da categoria.A categoria questiona também as condições de trabalho. De acordo com o Sindicato dos Professores do Ensino Superior Estadual de Londrina e Região (Sindiprol), o quadro docente nas universidades estaduais cresceu 8% entre 1994 e 2004, enquanto a quantidade de alunos subiu 55%, e a de cursos de graduação, 47%. Como resultado, o número de alunos por professor passou de 9,6 em 1994 para 16,4 dez anos depois.

Em 1º de agosto, uma semana após o início das aulas no 2º semestre, nova assembléia define a deflagração de greve por tempo indeterminado. A exceção é a Universidade do Oeste do Paraná (Unioeste), que deicidiu deflagrar greve por tempo indeterminado já a partir desta data.

Pausa na Sanepar — Os trabalhadores da Sanepar suspenderam, ontem, a greve iniciada na última quinta-feira. Em assembléias ralizadas em todo o Estado — com exceção de Londrina, Maringá e Cornélio Procópio — os sindcatos aceitaram retomar negociações com a empresa, inclusive em aceitar a proposta oferecida pela diretoria da Sanepar na semana passada no Ministério Público do Trabalho. Um novo encontro entre as partes está marcada para a segunda-feira que vem. Até lá os trabalhadores voltam ao trabalho, embora mantenham o estado de greve.

“Acho que a situação se encaminha para o entendimento. Considero inteligente a posição dos sindicatos em suspender a greve e voltar ao trabalho até uma decisão na segunda-feira”, conta o diretor comercial da empresa, Natálio Stica. O encontro entre empresa e trabalhadores foi marcada pelo Ministério Público, ontem. O MPT recusou o dissídio ajuizado pela Sanepar na segunda-feira, optando por mais uma tentativa de negociação.

Ontem, as únicas cidade a não realizar assembléias foram Maringá, Londrina e Cornélio Procópio. Mas conforme a coordenação da União dos Trabalhadores da Sanepar (USTS), as regionais serão informadas das negociações com a empresa, e elas devem organizar as suas assembléias e ratificar o acordo.

A diretoria da Sanepar deve realizar uma reunião entre hoje ou amanhã para definir se mantém a proposta ofertada na quinta-feira. A Sanepar oferecia aos trabalhadores reajuste escalonado que varia entre 11,56% e 3,77%, dependendo da faixa salarial atual. Os maiores índices são oferecidos para os trabalhadores com salários menores.
A Sanepar tem 6.089 funcionários, distribuídos em 10 faixas salariais. Pela proposta, os 1.576 saneparianos que recebem entre R$ 651,70 e R$ 701,18 receberão, respectivamente, entre 11,56% e 10,96%. Para os 1.001 trabalhadores que estão na maior faixa salarial, a empresa está oferecendo entre 5,64% e 3,77% de reajuste. Os funcionários iniciaram o movimento pedindo reposição de 20%.