Profissional liberal terá que controlar finanças

Com nova legislação, deve crescer número de trabalhadores sem carteira assinada

Bem Paraná

Com a lei da terceirização, o trabalhador brasileiro deve ter cuidado redobrado ao administrar suas finanças. Afinal, a flexibilização da terceirização e as mudanças na regulamentação de prestação de serviços temporários podem levar muitos a ser tornar profissionais liberais, deixando de ter renda fixa e passando a ter renda variável.

Com a aprovação da lei, que depende apenas de sanção presidencial, as empresas poderão terceirizar não apenas as atividades-meio (como limpeza, vigilância e contabilidade), o que já é permitido, mas também as atividades-fim (as que são essenciais para o funcionamento da empresa, como professores em escolas, médicos em hospitais, etc).

Entre outras mudanças, o limite de tempo para o trabalho temporário será ampliado de três para seis meses, passando a ser prorrogável por mais três meses.

Por isso, atuar como profissional liberal vai exigir educação financeira. O profissional liberal é aquele que é graduado que trabalha por conta própria na área, sem carteira assinada, assim como jornalistas, designers, advogados, dentistas, médicos, arquitetos, etc. Afinal, ter renda variável pode ser tanto vantajoso quanto um problema para o profissional, dependendo apenas dele ter ou não controle sobre a sua situação financeira, afirma Reinaldo Domingos é doutor em educação financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor do best-seller Terapia Financeira, do lançamento Diário dos Sonhos e da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.

Para quem trabalha desta forma, a quantia de dinheiro recebida pode ser muito boa em alguns meses – melhor do que um colaborador fixo de empresa –, mas, em outros meses, a receita pode não ser suficiente para arcar com os compromissos financeiros básicos. Para tanto, é crucial que tenha uma reserva financeira.

Caso tenha um imprevisto ou aconteça algo que o impossibilite de trabalhar e conseguir sua renda – infelizmente, ninguém está livre disso –, a situação pode ficar realmente muito complicada. Então, dominar o controle das finanças pode ser crucial para o sucesso do profissional liberal.


O que o profissional liberal deve fazer para não ficar no vermelho

Ampliar conhecimento
O trabalhador brasileiro deve buscar ampliar seus conhecimentos em educação financeira, por meio de livros, artigos, palestras e até cursos.

Diagnosticar
Saber exatamente quais são os ganhos mensais e para onde está indo cada centavo do dinheiro. Algo válido é separar as despesas por categorias; assim, é possível analisar com o que está sendo gasto e diminuir ou cortar os supérfluos e excessos. Terá uma visão micro e macro das finanças, podendo, a partir daí, fazer planejamentos.

Sonhar
Estabelecer objetivos/metas com clareza e o máximo de informação possível. Liste, pelo menos, três sonhos: um de curto (até um ano), um de médio (de um a dez anos) e outro de longo prazo (acima de dez anos), sabendo quanto custam e quanto poderá poupar mensalmente para cada um. Uma ideia legal é direcionar aqueles valores que conseguiu cortar dos gastos do dia a dia para essa finalidade.

Orçar
Aprender a fazer um orçamento financeiro que priorize os sonhos. Acredito que a maioria das pessoas aprendeu a fazer o orçamento financeiro da maneira errada, realizando a conta Ganhos (-) Gastos = Lucro/Prejuízo. O grande segredo é fazer Ganhos (-) Sonhos (-) Gastos.

Poupar
Guardar parte do que se ganha. Aqui é que tratamos sobre a importância de ter uma reserva financeira, especialmente para imprevistos. O profissional liberal só depende dele mesmo; se não se planejar, não será bem sucedido. É preciso criar esse hábito, que será extremamente saudável para a vida pessoal e profissional.

Fonte: Reinaldo Domingos é doutor em educação financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira e autor do best-seller Terapia Financeira, do lançamento Diário dos Sonhos e da primeira Coleção Didática de Educação Financeira do Brasil.