Trabalhadores dos Correios param 24 horas na quarta

Mobilização acontece, simultaneamente, em todos os estados

Redação Bem Paraná

Os funcionários do Correios do Paraná fazem paralisação de 24 horas na próxima quarta-feira, dia 26, para defender uma das empresas públicas mais respeitadas do Brasil. Os trabalhadores querem mostrar os motivos de as correspondências não chegarem a tempo aos usuários. A mobilização acontece, simultaneamente, em todos os estados.

O Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom) realizou, no dia 18, assembleia geral onde a categoria aprovou Indicativo de Greve. Uma nova assembleia na terça-feira (25) define a paralisação de 24 horas.

Os trabalhadores querem mostrar que a população brasileira é vítima de mais um ataque aos Correios. Grandes empresas querem explorar o mercado postal que mais cresce no mundo. “Essa exploração será à custa de cada usuário dos Correios, que ficará sem o atendimento em várias localidades, já que os empresários pensam no lucro, deixando de lado o caráter social da empresa, que está presente em todos os municípios brasileiros”, destaca o secretário-geral do Sintcom-PR, Nilson Rodrigues dos Santos.

Os trabalhadores são vítimas tanto quanto a população. A falta de funcionários está fazendo com que todos trabalhem além dos limites. Essa situação faz o problema ficar ainda mais grave, pois o trabalhador acaba doente, tamanho é a sobrecarga de serviço, sendo obrigado a se afastar de suas atividades, aumentando a falta de funcionários. “Os trabalhadores exigem a contratação de mais funcionários”, diz Nilson.

A tentativa da direção dos Correios é de sucatear o serviço para mudar a opinião pública, que sempre foi defensora da empresa. Essa direção não realiza as provas do concurso, que já contam com mais de 1 milhão de pessoas inscritas.

A categoria busca o apoio da população contra a medida provisória, que pretende homologar a mudança da ECT para Sociedade Anônima, criando os Correios do Brasil S/A. Essa alteração significa o primeiro passo para a privatização. “Empresas privadas poderão comprar ações e pressionar o a governo abrir, definitivamente, para a iniciativa privada”, diz Nilson.

PLR

Os trabalhadores também exigem uma divisão justa na Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Hoje, a proposta da empresa é “beneficiar”, os diretores com mais de 40 mil reais, deixando os trabalhadores com pouco mais de R$ 800. “Queremos uma divisão igual. Todos trabalharam para alcançar os lucros recordes. Não está certo dar mais para poucos e uma miséria para muitos”, afirma Nilson. A negociação da PLR continua em Brasília e os trabalhadores não descartam a possibilidade de uma greve geral caso a empresa não altere a distribuição.