O romance O Filho Eterno, do escritor Cristóvão Tezza, é considerado um dos principais livros brasileiros da atualidade. Com vasta premiação, a obra foi adaptada para os palcos e chega neste fim de semana a Curitiba. O monólogo foi adaptado por Bruno Lara Resende, tem direção de Daniel Herz e coloca em cena o ator Charles Fricks. A produção da montagem é da Cia Atores de Laura. As apresentações acontecem no Teatro da Caixa, de 14 a 23 de junho, e tem patrocínio da Caixa Cultural.

O Filho Eterno relata a experiência de um pai (Tezza) com a chegada de um filho com Síndrome de Down e as fases de vida desta criança, adolescente e adulto. No livro estão as decepções que um filho pode trazer, focando no desafio de limitações, sem perder o olhar elegante do escritor. Frases de impacto e inesperadas dão o tom poético em questões que pensamos, mas que jamais teríamos coragem de dizer em voz alta.

Daniel Herz, diretor da Cia Atores de Laura e do espetáculo O Filho Eterno, não esquece a relação delicada entre pai e filho nesta história. Mais que a relação de um pai com um filho com Síndrome de Down, a história narra as dificuldades da paternidade e como lidar com o fato de que você não é mais o centro do mundo. A síndrome é só uma síntese destas inúmeras dificuldades, disse Herz.

Repertório – A Cia. Atores de Laura existe há 21 anos. O Filho Eterno é o primeiro monólogo encenado por Charles Fricks, desde 1993 na Cia Atores de Laura, e a primeira encenação do gênero do diretor Daniel Herz.

A montagem do texto surgiu da vontade de o ator encarar o desafio de entrar sozinho em cena. Sempre estive em cena com vários atores. Fiquei curioso pra descobrir qual o prazer de se estar (aparentemente) sozinho num palco, afirma Fricks.

Sobre a escolha do livro, ele diz que foi um amigo que lhe deu a ideia de adaptar O Filho Eterno para o teatro. Para estar sozinho em cena, teria que encontrar uma história que me movesse. O Filho Eterno fala sobre intolerância e a dificuldade em aceitar o diferente. E o faz de uma forma aberta, crua e delicada. Isso me comoveu.

Bruno Lara Resende trabalhou por quase um ano na adaptação do romance para o teatro. Desde o início a opção dele foi verticalizar a relação entre pai e filho. A intenção foi preservar a qualidade literária do texto e ser fiel ao espírito do personagem, a despeito dos inevitáveis cortes e das mínimas alterações destinadas a imprimir teatralidade à narrativa. 

Premiações – O romance O Filho Eterno recebeu entre 2007 e 2008 os prêmios Jabuti – melhor romance; Prêmio APCA – melhor romance; Prêmio BRAVO! – Livro do Ano; Prêmio Portugal – Telecom; Prêmio São Paulo de Literatura; Prêmio Faz Diferença – O Globo; Prix Littéraire Charles Brisset. Foi traduzido para oito idiomas e é a obra mais famosa do escritor Cristovão Tezza.

A montagem O Filho Eterno recebeu os Prêmio Shell – melhor ator; Prêmio Shell – categoria especial: direção de movimento – Márcia Rubin; Prêmio APTR – melhor ator; e Prêmio Orilaxé – categoria teatro – Daniel Herz.

E recebeu as seguintes indicações: Prêmio Shell – melhor iluminação – Aurélio de Simoni, Prêmio Faz Diferença – jornal O Globo – categoria teatro: Charles Fricks; Prêmio Questão de Crítica – melhor ator; Prêmio Quem – melhor ator de teatro; Prêmio Qualidade Brasil – melhor ator.

Serviço

Local: Teatro da Caixa

Endereço: Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Centro

Data e horário: De 14 a 23 de junho (sextas e sábados às 20h; domingos às 19h)

Preço: A partir de R$ 10,00