Israel colocou suas tropas em alerta nesta quinta-feira, 3, no norte do país temendo que a crise política no Líbano gere focos de violência que possam se espalhar para o território do Estado judeu.

Na quarta-feira, o bloco opositor, do qual o grupo radical xiita Hezbollah faz parte, deixou o gabinete do premiê Saad al-Hariri, derrubando o governo e gerando temores de que a violência sectária possa voltar ao Líbano.

O Hezbollah, que enfrentou Israel em uma guerra em 2006, tomou a decisão por conta da recusa do governo libanês em protestar contra as investigações do Tribunal Internacional da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o assassinato do ex-premiê Rafik Hariri. Especula-se que membros do Hezbollah serão indiciados por envolvimento no crime.

Um alto membro das Forças de Defesa de Israel disse que os comandantes estão acompanhando a crise libanesa de perto em busca de qualquer sinal de que o Hezbollah aumente as tensões na já volátil fronteira entre o Estado judeu e o Líbano para levar as atenções para longe do espectro político.

As tropas estão em alerta, mas não foram reforçadas, de acordo com o oficial, que falou sob condição de anonimato. O general aposentado Yaakov Amidror disse, na rádio do Exército de Israel, que a crença entre os militares é a de que o Hezbollah não tem interesse em guerrear. Tanto a o grupo xiita quando o Irã, que apoia o Hezbollah, preferem manter as tensões em seu nível mínimo.

Na atual situação, porém, o general disse que os eventos são imprevisíveis. “As coisas estão passíveis de fugir do controle dos que tomam as decisões. Você nunca sabe a o que uma situação delicada e volátil, na qual todos estão armados, ressentidos e frustrados, pode levar”, disse.

Na guerra contra o Hezbollah em 2006, Israel matou cerca de 1.200 radicais libaneses e perdeu cerca de 160 militares. Desde então, a fronteira tem estado relativamente calma. Apenas um militar israelense foi morto na fronteira desde então, e pelo Exército do Líbano. Nenhum foguete foi disparado contra Israel.