A força da greve nacional dos bancários tem nesta quinta-feira uma nova negociação entre o Comando Nacional, coordenado pela Contraf-CUT, e a Fenaban. A reunião deve ocorrer às 10 horas, em São Paulo. Na sequência, ao meio-dia, haverá negociação das reivindicações específicas com o Banco do Brasil e com a Caixa Econômica Federal.

A nova rodada foi marcada após a rejeição pelas assembleias dos sindicatos da proposta de reajuste salarial de 7,1% e aumento do piso em 7,5%, apresentada pelos bancos na última sexta-feira (4), que foi considerada insuficiente pela categoria.

“A continuidade das negociações é fruto da intensa mobilização dos bancários, que estão vencendo o cansaço, mostrando uma extraordinária disposição de enfrentamento, combatendo as práticas antissindicais dos bancos e fazendo a maior greve da categoria dos últimos 20 anos”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

O Comando Nacional representa 143 sindicatos e 10 federações de todo país, totalizando mais de 95% dos bancários de todo Brasil. Além das entidades integrantes, participam como convidados os coordenadores das comissões de empresas dos trabalhadores dos bancos públicos federais.

No Paraná, segundo estatísticas do Sindicato, 831 agências bancárias permanecem fechadas. São 364 agências na base de Curitiba e região e 467 nas demais bases dos Sindicatos de Apucarana, Arapoti, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Guarapuava, Londrina, Paranavaí, Toledo, Umuarama e respectivas regiões.

Cera de 20,4 mil bancários estão de braços cruzados, sendo 14,8 mil em Curitiba e região e 5,6 mil nas demais bases da Fetec.

Veja as principais reivindicações dos bancários

> Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação)
> PLR: três salários mais R$ 5.553,15.
> Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).
> Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
> Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.
> Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.
> Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
> Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.
> Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
> Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.