Cotado para assumir a vice-presidência da Câmara no lugar do deputado André Vargas (PT-PR), o também petista Luiz Sérgio (RJ) disse, na manhã desta quarta-feira, que a renúncia do companheiro de partido ao mandato parlamentar “é uma decisão de foro íntimo dele”. “Respeito a decisão que ele tomar”, disse Luiz Sérgio, ex-ministro de Relações Institucionais. Depois da revelação da proximidade de Vargas com o doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava Jato da Polícia Federal, o deputado renunciou ao cargo de vice-presidente da Câmara, mas não ao mandato. O presidente do PT, Rui Falcão, tem pressionado Vargas a renunciar e o líder petista na Câmara, Vicentinho, disse que o paranaense comete um “grande erro” ao fragilizar o governo e o PT, por insistir em continuar na Câmara. Vargas, porém, desafia o comando petista e promete trabalhar para fazer de Luiz Sérgio o novo vice-presidente na Casa. “Levantaram meu nome, fico muito honrado com isso, mas não existe ainda nenhum candidato (a vice-presidente), porque a bancada do PT não deliberou sobre isso. Não estive com o Rui Falcão, espero fazer isso hoje. Quero ouvir o que ele tem a dizer”, afirmou Luiz Sérgio. O deputado do Rio é visto como integrante do grupo de petistas solidários a Vargas, ao lado de José Mentor (SP). A conduta de Vargas é analisada pela Comissão de Ética do PT e pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara. Depois de renunciar à vice-presidência da Câmara, o petista chegou a dizer que abriria mão do mandato, por acreditar que, com isso, se livraria do julgamento no Conselho de Ética. O processo, porém, não será encerrado mesmo com a renúncia do deputado investigado.