A população de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul está em alerta devido as fortes chuvas que castigam algumas regiões dos Estados. Moradias e estabelecimentos comerciais foram destruídos pela força das águas, pontes e vias de acesso ficaram intransitáveis e em alguns municípios as aulas foram canceladas. Os agricultores familiares que produzem leite (que não está sendo coletado porque as vias de acesso estão interrompidas), suínos e aves (o alimento não chega nas propriedades) e trigo (junho e julho é a época do plantio) correm o risco de perder a produção e já contabilizam os prejuízos. O feijão também foi prejudicado.

No Paraná as chuvas provocaram prejuízos na segunda semana de junho, principalmente nos municípios de Capanema, Realeza, Capitão Leônidas Marquês e Nova Prata do Iguaçu. As consequências se agravaram quando a Copel operou a abertura das comportas da UHE Salto Caxias e a quantidade imensa de água invadiu e destruiu casas, plantações, benfeitorias e acessos. O alerta é da FETRAF-SUL/CUT, que está acompanhando e monitorando as informações sobre os municípios atingidos pelas chuvas e solicita que os governos Estaduais e Federal busquem soluções imediatas para solucionar os problemas.

Enquanto os produtores de trigo, soja e milho ainda podem comemorar, quem produz feijão  também começa a contar os prejuízos. O excesso de chuva causou uma quebra de 14% na produção prevista, de acordo com o Deral. O prejuízo só não será maior porque nessa cultura também houve aumento da área plantada. Com isso, o total colhido poderá ser até 23% maior que em 2013.

Um segundo motivo que pode gerar problemas financeiros para os produtores de feijão é a grande oferta no mercado. Embora os paranaenses tenham sofrido uma quebra na safra, no resto do país a situação é diferente e há muito feijão para ser vendido. Com isso, o preço do produto, que hoje gira em torno de R$ 59,21 a saca do feijão de cor e R$ 92,01 para o preto, deve cair nas próximas.