É sempre difícil dizer adeus. Mas, infelizmente, a torcida atleticana está começando a ficar acostumada com as despedidas. Depois de Djalma Santos, Bellini e Washington, neste domingo (06), em Curitiba, o ex-jogador Assis, que teve falência múltima dos órgãos causada por uma infecção. Ele tinha 61 anos e deixa mulher e dois filhos.

Ídolo no Atlético-PR, Assis também fez história jogando pelo Fluminense. Com Washington, que faleceu no último dia 25 de maio, formou o Casal 20, dupla de ataque que fez história na equipe paranaense e na carioca.

Assis iniciou a carreira em 1972, jogando no Francada, do interior de São Paulo. No Atlético, conquistou projeção nacional, sagrando-se campeão estadual em 1982 e chegando às semifinais do Campeonato Brasileiro de 1983. Depois, consagrou-se no Fluminense, onde conquistou o tricampeonato carioca (83, 84 e 85) e o Campeonato Brasileiro de 1984. Além disso, jogou em outras equipes do Paraná, como o Pinheiros e o Paraná Clube, até encerrar a carreira, em 1991.

Djalma Santos

O ex-lateral-direito Djalma Santos, bicampeão mundial com a seleção brasileira, morreu na noite deo dia 22 de julho, aos 84 anos, após ter uma parada cardiorrespiratória. Ele jogou no Atlético de 1968 a 1971. Foi trazido junto com o zagueiro Bellini, outro bicampeão mundial. Nesse ano, o então presidente Jofre Cabral havia prometido um supertime — que acabou perdendo a final estadual para o Coritiba. O lateral encerrou a carreira no Atlético em 1971, aos 42 anos. Conquistou o Campeonato Paranaense de 1970 — que encerrou um jejum de 12 anos sem títulos do clube.

O lateral iniciou a carreira em 1948, na Portuguesa. Depois, foi para o Palmeiras, onde atuou por nove anos — e foi destaque no time conhecido como “academia”. Nos três clubes em que atuou, foi eleito o melhor da posição em todos os tempos. 

Djalma Santos disputou quatro Copas do Mundo pela seleção brasileira, em 1954, 1958, 1962 e 1966. Na primeira, marcou um gol, de pênalti, contra a Hungria, e com isso tornou-se o primeiro defensor a marcar um gol pela seleção na história das Copas do Mundo. Em 1958, jogou apenas a final, contra a Suécia. E muitos dizem que essa partida bastou para Djalma ser eleito o melhor lateral daquele Mundial. Segundo a Fifa, ele ganhou essa honra nas Copas de 1954 e 1962.

Bellini

Companheiro de Djalma Santos na Seleção Brasileira, Bellini foi capitão da Canarinho campeã mundial em 1958 e reserva na equipe que conquistou o bi em 1962. O ex-jogador, por mais de 10 anos, sofreu com o mal de Alzheimer e morreu no dia 20 de março após um quadro de parada cardíaca e apneia na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de um hospital de São Paulo.

O ex-atleta iniciou sua carreira no Itapirense, de Itapira (164 km de São Paulo), cidade em que nasceu, e se tornou famoso no Vasco, onde chegou em 1952 e jogou até 1961 Na equipe carioca foram dez títulos, entre eles três estaduais e um Rio-São Paulo. Bellini jogou por cinco anos no São Paulo, mas não conquistou nenhum título.

Entre 1968 e 1969, já com 38 anos de idade, o defensor jogou em Curitiba, defendendo as cores do Atlético Paranaense, onde foi capitão de um time que contava ainda com jogadores como Djalma Santos, Sicupira, Nilson Borges e Zequinha. Sua última partida pelo Furacão e na carreira foi um Atletiba, disputado no estádio Joaquim Américo, em 1969.

Encerrado o tempo regulamentar, 0x0, as equipes juntas aplaudiram o craque que, tirando a camisa mas conservando-a na mão, deu uma volta inteira no campo. Muitos viram as lágrimas fartas correrem-lhe pelo rosto, iguais às dos torcedores que, gratos por terem tido Bellini por dois anos, aplaudindo, não tinham vergonha do pranto que choravam, lembra o livro Clube Atlético Paranaense: uma paixão eterna, de Heriberto Ivan Machado e Valério Hoerner Júnior.

Washington

O centroavante que formou o Casal 20 ao lado de Assis morreu no último dia 25 de maio, aos 54 anos. O jogador sofria de esclerose lateral e perdeu a batalha para a doença – ele recebia um tratamento especial de uma equipe medica em Curitiba, cidade que vivia.

Famoso por ser um especialista em cabeçadas, o atacante de 1,88m e grande impulsão permaneceu por seis anos no Fluminense e, com 118 gols marcados, é o sexto maior artilheiro do clube. Washington disputou ainda algumas partidas pela seleção brasileira, tendo marcado quatro gols pelo Brasil e conquistado o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis, em 1987.

Depois que deixou o Fluminense, o atacante passou por clubes como Guarani, Botafogo e Santa Cruz, entre outros. Em 1991, voltou ao Atlético Paranaense e encerrou a carreira em 1996, jogando pelo Foz do Iguaçu.