LILIANE PELEGRINI
BELO HORIZONTE, MG – A Polícia Civil de Minas Gerais encerrou por volta das 13h30 desta sexta-feira (25) as buscas pelo corpo de Eliza Samudio, em um terreno em Vespasiano, na Grande Belo Horizonte.
O local foi apontado por Jorge Rosa Sales, 21, primo do goleiro Bruno Fernandes de Souza, condenado pela morte da ex-amante desaparecida em 2010. Sales, que era menor de idade na época do crime, afirma ter presenciado o momento em que o corpo foi enterrado.
Foram cerca de três horas de trabalho, com a participação de cerca de 30 policiais e peritos e um trator cedido pela Prefeitura de Vespasiano.
A equipe cavou um buraco de cerca de 15 metros de largura por 10 de comprimento e 3 metros de profundidade no local apontado por Sales.
Mais cedo, o delegado Wagner Pinto já havia declarado que não havia localizado nada de interesse no local.
Ao final dos trabalhos, o delegado disse que a polícia encerrou as buscas. “Não poderíamos dormir com essa dúvida”, disse.
O próprio Sales indicou a área a ser cavada e constatou que não havia mais necessidade de continuar a busca.
Para o delegado, o rapaz pode ter se confundido sobre o local onde o corpo foi enterrado ou, em uma possibilidade que ele considera remota, o corpo pode ter sido enterrado e depois retirado do terreno. Segundo ele, essa ação seria “arriscada e ousada”.
Sales falou com a imprensa depois das buscas e reafirmou que aquele era o local onde ele viu Eliza ser enterrada.
“Estou chateado e com o coração apertado. Pensei que ia dar um enterro digno pra Eliza”, disse Sales.
O advogado de Sales, Nélio Andrade, também afirmou que seu cliente tinha certeza de que aquele era o local onde o corpo fora enterrado e disse que acha que o corpo foi retirado de lá. “O garoto não ia se queimar dando de novo uma informação errada”, disse.
Segundo o advogado, Sales decidiu apontar o local do enterro porque “não aguenta mais viver com essa culpa e sonha muito com Eliza”.
Durante as investigações sobre o desaparecimento da ex-modelo, Sales disse que o corpo de Eliza estava na casa de Bola, apelido do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, mas nada foi encontrado no local. Bola foi condenado a 22 anos de prisão por envolvimento na morte da ex-amante de Bruno.
O terreno onde foram feitas as buscas fica no mesmo bairro da casa de Bola, segundo os vizinhos da área.