SÃO PAULO, SP – O Reino Unido elevou o nível de ameaça terrorista em seu território nesta sexta-feira (29) para “severo”, o segundo nível mais alto, em resposta a possíveis a ataques sendo planejados na Síria e no Iraque, segundo a secretária do Interior, Theresa May.
“Isso significa que um ataque terrorista é muito provável, mas não há informação para sugerir que um ataque é iminente”, disse May, em comunicado.
A escala de ameaça de atentados tem cinco graus e o “severo” é o segundo mais alto. A ameaça de atentados não era tão alta desde julho de 2011.
Em entrevista coletiva, o premiê David Cameron disse nesta sexta que haverá uma nova lei para dificultar que pessoas viagem à Síria e Iraque para se juntar às facções extremistas que agem nos países.
Cameron deve anunciar os detalhes da medida, que facilitará a apreensão de passaportes, na próxima segunda (1º).
“O aumento do nível de ameaça está relacionado aos acontecimentos na Síria e no Iraque, onde os grupos terroristas estão planejando ataques contra o Ocidente. Alguns desses planos devem envolver os combatentes estrangeiros que viajaram até lá a partir do Reino Unido e da Europa para participar dos conflitos”, disse.
O temor é que os estrangeiros voltem treinados para cometer atos terroristas em seus países de origem.
O assassinato do jornalista James Foley pela facção Estado Islâmico há quase duas semanas obrigou o Reino Unido a adotar medidas extras de segurança, já que o homem que decapitou o americano foi identificado com um cidadão britânico.
“Isso é um veneno, um câncer, o que ocorre no Iraque e na Síria, e existe o risco de que se espalhe a outras partes da comunidade internacional e que afete a todos diretamente”, disse na época o ministro das Relações Exteriores britânico, Philip Hammond.
O recrutamento de jovens britânicos de origem muçulmana por grupos extremistas é uma preocupação crescente no Reino Unido -estima-se que pelo menos 500 jovens já tenham deixado o país para se juntar ao Estado Islâmico.
Em junho, causou comoção um vídeo em que os estudantes britânicos Nasser Muthana e Reyaad Khan, ambos de 20 anos, e Abdul Rakib Amin, de 25, defendiam a jihad (guerra sagrada) e pediam que mais jovens do ocidente deixassem seus países para se juntar ao grupo.