SÃO PAULO, SP – A exposição “Conversas de Graciliano Ramos”, em cartaz no Museu da Imagem e do Som (MIS) em São Paulo, deve ficar fechada até a próxima segunda-feira (22), após uma caneta que pertenceu ao escritor ter sido furtada da mostra nesta semana.
O objeto estava exposto num ambiente que recriava o escritório de Graciliano Ramos, junto a outros pertences do autor de “Vidas Secas”.
Segundo um comunicado divulgado pela assessoria de imprensa do MIS, a exposição, que tem curadoria de Selma Caetano, “será fechada no máximo até 22 de setembro (segunda-feira) para alteração de seu sistema de segurança.”
Um boletim de ocorrência foi feito na quinta-feira (18) à noite, e o museu faz um apelo para que a caneta seja devolvida, dizendo que não haverá retaliação para quem a levou.
“A caneta compõe o acervo do Museu Casa Graciliano Ramos, em Palmeira dos Índios e não possui nenhum valor comercial, sequer funciona. Ela é um patrimônio do Brasil e fazemos um apelo para que a pessoa que esteja com ela a devolva para o MIS”, diz o diretor executivo do museu André Sturm.
INVENTÁRIO
Na quarta-feira (17), Sturm disse à Folha de S.Paulo não ter conhecimento até então que a caneta pertencia à Graciliano.
“Não estou querendo tirar nossa responsabilidade, mas essa exposição não foi montada pelo MIS, como 90% das nossas mostras. Nós cedemos o espaço e a exposição foi montada por uma curadora. Se tivessem nos contado que a caneta era original dele, jamais teríamos feito dessa maneira”, afirmou o diretor.
Ele se refere à produtora cultural Selma Caetano, que diz que o inventário da exposição foi passado ao museu.
“Acho que o que o André está dizendo é que ele não sabia que aquela caneta específica era de Graciliano”, contou Selma.
O objeto estava no centro da exposição, num local protegido por um pano que vai do chão ao teto. É possível enxergar o que há ali por meio de três escotilhas e não havia ainda uma proteção entre o público e elas.
Todos os objetos originais foram retirados da mostra e serão recolocados assim que barreiras de proteção, que servirão para evitar que o público se aproxime dos itens, sejam instaladas.
Os objetos de “Conversas de Graciliano Ramos” vieram de duas casas alagoanas: o Museu Casa Graciliano Ramos, em Palmeira dos Índios, e o Arquivo Público do Estado de Alagoas, em Maceió. A família do escritor também cedeu parte do material.