SÃO PAULO, SP – Após ações contra o transporte coletivo na Grande Florianópolis no final de semana, a onda de ataques a ônibus e a prédios da polícia ou agentes públicos se espalhou por Santa Catarina. Na noite de segunda-feira (29), subiu de 10 para 14 os incidentes em cidades catarinenses -entre eles, a morte de um agente penitenciário aposentado. Os ataques são registrados desde a noite da última sexta-feira (26). Por volta das 21h30 foi a vez de um ônibus ser incendiado em Navegantes (a 114 km de Florianópolis). Não houve feridos, segundo a Polícia Militar. O coletivo da Viação Navegantes foi destruído pelo fogo. Em Itapema (a cerca de 60 km de Florianópolis), outro ônibus foi alvo de ataque na rua 436, no bairro Morretes, por volta das 21h. Segundo a PM, os criminosos quebraram o vidro do coletivo, jogaram um coquetel molotov e fugiram. O fogo foi apagado rapidamente e o ônibus teve poucos danos. Ninguém ficou ferido. Na cidade de Criciúma (202 km de Florianópolis), um agente penitenciário aposentado foi morto a tiros em frente de casa no bairro Paraíso, por volta das 22h. A vítima trabalhou por mais de 30 anos como agente penitenciário. Por volta das 15h, dois homens em um Ford Fiesta dispararam dois tiros contra uma base da Polícia Militar no bairro Parque São Jorge, em Florianópolis. Os tiros acertaram o radiador de um carro da corporação, segundo a PM. Quatro PMs que estavam no local iniciaram uma perseguição aos criminosos. Na fuga, o Fiesta foi atingido, e o motorista perdeu o controle. O carro atingiu um ponto de ônibus na avenida Admar Gonzaga, no bairro Itacorubi, ferindo duas pessoas. As duas vítimas foram atendidas pelo Samu e pelos Bombeiros. Não há informações sobre o estado de saúde delas. Os criminosos abandonaram o veículo e fugiram a pé para um mangue, mas foram capturados. Um helicóptero foi usado nas buscas. No fim de semana, duas casas de PMs, uma base da corporação, um pátio da Secretaria da Segurança Pública, um posto de gasolina e cinco ônibus foram atacados. A motivação dos criminosos ainda não foi esclarecida. Na madrugada de domingo (28), um homem que cumpria liberdade condicional foi morto em troca de tiros com a polícia, segundo a PM. Outro suspeito, de 18 anos, foi ferido e hospitalizado MOTIVAÇÃO Os ataques começaram na sexta-feira, horas depois de o governador em exercício, Nelson Martins, determinar reforço no policiamento e alerta total contra ações da facção criminosa PGC (Primeiro Grupo Catarinense), apontada pela Secretaria da Segurança como responsável pelos atos de violência. A motivação dos ataques ainda não foi esclarecida. Segundo a polícia, os ataques podem ser uma resposta ao trabalho policial nas ruas. Para tentar controlar a crise, o governador convocou a cúpula da secretaria. Já a PM para evitar a ataques a ônibus montou uma rede de informações com empresários do transporte público. Incidentes serão relatados pelo aplicativo WhatsApp. A facção criminosa foi responsável, segundo o governo, por ataques em Santa Catarina em novembro de 2012 e fevereiro de 2013.