Ritmo musical, agilidade e coreografia aliados à força, precisão e, principalmente, flexibilidade. Essa é a ginástica rítmica, um esporte que aos poucos vai ganhando seu espaço no cenário esportivo, abusando da suavidade corporal das atletas. E em 2015, o Paraná deverá ganhar mais destaque internacional por conta da modalidade. É que duas equipes paranaenses irão representar o Brasil em Helsinki, na Finlândia, no 15th World Gymnaestrada, em julho do ano que vem: a Get Flex – gym for all, de Curitiba, e a equipe da Universidade Estadual de Maringá (UEM). O caminho até a Finlândia, porém, ainda será longo.
Selecionada ainda em 2012 pela Confederação Brasileira para ser uma das representantes do país no maior evento de ginástica não competitiva do mundo, a Get Flex, uma escola de ginástica criada em 2001, selecionou 15 de suas 30 atletas para participar do evento. O custo estimado para a viagem é de R$ 10 mil por pessoa (incluindo passagem, hospedagem e alimentação).

Para conseguir bancar a viagem, as jovens ginastas estão tendo de se virar nos 30. Como sabíamos que em 2015 iríamos para o Gymnaestrada, criamos uma ONG, a Associação Esporte e Cultura para Todos. Então começamos a fazer eventos e conseguimos alugar o Teatro Positivo. No dia 8 de dezembro iremos apresentar uma remontagem da Bela Adormecida. A produção está sendo feita com dinheiro dos pais e vamos usar o que arrecadarmos na bilheteria para pagar a viagem, conta a treinadora e proprietária da Get Flex, Graciella Nadal.
Mesmo com a apresentação, que irá contar o conto de fadas usando elementos da ginástica rítmica, do ballet, do circo e da dança contemporânea, uma fatia importante do dinheiro para a viagem deverá ficar faltando. Por isso, os pais das jovens atletas, as próprias atletas e amigos próximos estão correndo contra o tempo, procurando por patrocinadores, promovendo almoços e jantares beneficientes e até mesmo vendendo rifas. Tudo pela paixão pela ginástica rítmica.
É que o objetivo do evento é transmitir a união entre os povos, sendo que os atletas que participam têm o intuito de apenas representar os seus países, pelo prazer de praticar o esporte e de mostrar os seus benefícios,  já que não há disputa de medalhas nem mesmo notas para as apresentações.

O Gymnaestrada deverá contar com a participação de 25 mil pessoas no ano que vem. O evento acontece de quatro em quatro anos, sempre um ano antes das Olímpiadas. As nossas meninas que irão participar do evento fazem ginástica sem fins esportivos. É a Ginástica Para Todos, que tem como fim o lazer, explica Graciella.
Engana-se, porém, quem pensa que é porque não tem medalha que não tem exigência e muito suor. A rotina de treinamento das jovens é puxado. Toda segunda, quarta e sexta são três horas de treinamento. Na primeira hora, preparação física, com exercícios de força, velocidade e agilidade. Na segunda parte do treinamento é feito exercício com aparelho (corda, arco, bola, fita e maças). Por fim, na terceira hora as jovens treinam a coreografia que irão apresentar. E nada de folga por causa de férias ou feriado.
Eu tenho meninas que treinam comigo desde os quatro anos de idade. A base do esporte é a flexibilidade, o alongamento. Então as pessoas que treinam tem a saúde melhorada, não ganham peso. Sempre falamos com elas para manterem o perfil de ginástica rítmica, que são meninas magras e longilíneas, afirma Graciella, que para o Gymnaestrada está preparando uma apresentação sobre a lenda indígena da vitória-régia. Além disso, a Get Flex deverá representar a Carmen Miranda na Noite Luso-Brasileira em Helsinki, em evento que deverá ser televisionado.