SEVERINO MOTTA BRASÍLIA, DF – Ministros da Quinta Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) fizeram diversas críticas ao esquema de desvio de recursos na Petrobras durante um julgamento nesta terça-feira (25), quando negaram um pedido de liberdade feito por João Procópio de Almeida Prado, suspeito de gerenciar contas do doleiro Alberto Yousseff no exterior. O desembargador Walter de Almeida Guilherme, que atua na condição de convocado no STJ, demonstrou espanto com o volume de dinheiro que está sendo bloqueado e que envolvidos no processo admitem ter no exterior. “O que é isso? Em que país vivemos? Os bandidos perderam a noção das coisas! Como podem se apropriar desse montante?”, indagou. O ex-presidente do STJ Felix Fischer também criticou a situação. “Acho que nenhum outro país viveu tamanha roubalheira. Pelo valor das devoluções, algo gravíssimo aconteceu”. Durante o julgamento do habeas corpus, o relator do caso, Newton Trisotto, destacou que todo o processo legal deve ser seguido, garantindo a ampla defesa aos acusados. Segundo ele, em processos de grande envergadura, os juízes precisam ter coragem para atuar. “Poucos momentos na história brasileira exigiram tanta coragem do juiz como esse que vivemos nos últimos anos. Coragem para punir os políticos e os economicamente fortes, coragem para absolvê-los quando não houver nos autos elementos para sustentar um decreto condenatório”, disse.