Uma das emendas que apresentei ao Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), do governo do Estado do Paraná, destina R$ 4 milhões para a conclusão do Museu de Geologia e Paleontologia de Vila Velha. Em 2014 completamos sete anos desde que a construção ficou pronta. De lá pra cá muitas tentativas foram feitas para reunir recursos com vistas à consecução do projeto do circuito expositivo, assim como para necessária reforma do prédio, sem sucesso.
Em 2012, uma Comissão Especial de Investigação da Assembleia Legislativa apurou os problemas relativos ao Museu e concluímos que são poucos os entraves à sua inauguração e consequente abertura ao público. Em sua maioria, são problemas burocráticos de formalização de convênios e, como já salientei, a reforma da estrutura física. Com boa vontade política, poderão ser resolvidos.
A emenda que apresentei ao PLOA é uma maneira de solucionar os problemas políticos e burocráticos. Através dela, o governador poderá destinar os recursos necessários à conclusão do Museu com base na Lei Orçamentária.
Se a nossa iniciativa tiver adesão por parte dos deputados e também a sanção do governo do Paraná, o Estado terá à sua disposição uma obra de valor inestimável que vai gerar benefícios em várias áreas.
O turismo vai receber sensível incremento e o museu seria uma espécie de Portal dos Campos Gerais, incentivando a integração entre nossas cidades, assim como entre as universidades federais e estaduais do Paraná, principalmente se a administração estiver sob os cuidados de uma delas, a UEPG, por exemplo. Desse modo, os bons resultados se estenderiam do turismo à educação, passando pelo desenvolvimento científico e socioambiental até a valorização da nossa cultura.
Segundo o presidente da Fundação João José Bigarella (Funabi), Glaucon Horrocks, o museu atrairia, além dos turistas que já procuram o Parque Estadual de Vila Velha, pesquisadores, cientistas, professores e alunos do mundo todo. Isso aconteceria porque o museu conta a história do nosso planeta e, especialmente, das formações rochosas de Vila Velha, que só tem um paralelo em todo mundo, localizado na Austrália. É uma das formações geológicas mais raras da Terra.
Contando a história através das rochas, o museu também conta como se deu a nossa formação enquanto território, um discurso eloquente sobre nossas belezas naturais, resultado de um trabalho de décadas de um dos maiores estudiosos do assunto, o professor João José Bigarella, cientista considerado pela comunidade científica nacional e internacional como um dos expoentes da Geologia em todo mundo.
O célebre escritor russo Liev Tosltói, que viveu entre os séculos 19 e 20, disse em certa ocasião que se quisermos ser universais, devemos falar sobre nossa aldeia. O Museu de Vila Velha tem a capacidade de falar de forma especial sobre quem somos, fazer-nos refletir sobre nosso passado e nos fazer sonhar com o futuro.

Péricles de Holleben Mello é deputado estadual pelo PT