SÃO PAULO, SP – Os sistemas Cantareira e Alto Tietê mantiveram o nível de suas represas mesmo com pouca chuva, segundo dados divulgados pela Sabesp na manhã deste domingo (21). As duas represas são as em situação mais crítica por conta da estiagem registrada em São Paulo ao longo do ano de 2014.
O Cantareira já tinha ficado estável em 6,7%, entre sexta (19) e sábado (20), quebrando uma sequência de quatro dias de queda no nível do reservatório. Dessa vez, o Alto Tietê também permaneceu estável em 10,3% após dias de queda. Pelos dados da Sabesp, apenas o primeiro sistema teve chuva nas últimas 24 horas, acumulando apenas 1,6 mm (milímetros).
O Cantareira é responsável pelo atendimento de 6,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo e já opera com a segunda cota do volume morto (água do fundo do reservatório que não era contabilizada). Apesar de não ter registrado queda de seu volume, ele continua sem ampliar naturalmente o seu nível de água há mais de oito meses.
O Alto Tietê, que também está em estado crítico, abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo. Com a adição do volume morto no dia 14 de dezembro, o sistema ganhou volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de SP).
Ao contrário do Cantareira e Alto Tietê, os sistemas Guarapiranga, Alto Cotia, Rio Grande e Rio Claro registraram queda no nível de suas represas. O último acima dos 50% de sua capacidade é o Rio Grande (64,4%). O Guarapiranga opera neste domingo com 35,4%, enquanto o Alto Cotia registra 29,9% e o Rio Claro, 26,3%.
TAXA EXTRA
Em meio à estiagem e com os principais reservatórios sob risco de colapso, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) decidiu nesta semana cobrar sobretaxa na conta de água dos “gastões”, como o governador paulista chama os que desperdiçam.
A medida afetaria aqueles que ampliarem o consumo de água em relação à média de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014, mas só valerá depois de uma audiência pública marcada para o final no mês pela Arsesp (agência reguladora estadual de saneamento).
Pela proposta, quem tiver um aumento de consumo igual ou menor que 20% em relação à média terá acréscimo de 20% na conta. Já os consumidores que gastarem acima de 20% em relação a sua média terão ônus de 50% na conta.