SÃO PAULO, SP – Governos de diferentes países ocidentais repudiaram conjuntamente nesta quarta-feira (28) o ataque terrorista contra um hotel de luxo em Trípoli na terça, o qual deixou ao menos dez mortos, dentre os quais cinco estrangeiros.

Diz o comunicado: “Os governos de França, Alemanha, Itália, Malta, Espanha, Reino unido e Estados Unidos condenam enfaticamente o ataque de ontem ao Hotel Corinthia em Trípoli, na Líbia. Nós expressamos nossos pêsames pelas vítimas e suas famílias. Nós repudiamos esses horríveis atos de terrorismo, os quais não deveriam ser permitidos por minarem o processo político da Líbia. Nós convocamos os líbios a condenarem esse e todos os atos de terrorismo e buscarem um fim para o atual conflito, o qual apenas agrava a ameaça terrorista. Nós continuamos apoiando os esforços das Nações Unidas e do Representante Especial Bernardino Leon em trazer uma solução para a atual crise política, institucional e de segurança no país. Nós felicitamos aqueles que têm participado das conversas em Genebra. Nós pedimos que todos os demais partidos líbios tomem parte nesse processo para afastar uma possível deterioração da situação humanitária vivida por líbios comuns como consequência do atual conflito e para prevenir uma maior erosão da soberania e da segurança da Líbia. Nós convocamos todos os lados a evitarem quaisquer ações que possam ameaçar as perspectivas para um diálogo político bem-sucedido, incluindo esforços para desviar eletricidade, água e estoques de comida de grandes centros populacionais.” O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas) também repudiou nesta quarta o atentado ao hotel em Trípoli. “O terrorismo não tem lugar na nova Líbia e não minará o diálogo político facilitado pelas Nações Unidas”, disse o porta-voz da ONU, Stephan Dujarric.

NEGOCIAÇÕES PARA A PAZ

Diferentes partes envolvidas no conflito na Líbia se reúnem esta semana em Genebra, na Suíça, para negociar uma solução facilitada pelas Nações Unidas. “Ontem ocorreu o segundo dia da segunda rodada de negociações com um espírito positivo, o que reflete o sentimento de responsabilidade e sincera determinação em encontrar soluções para por fim ao conflito militar e político que assola o país”, apontou um comunicado da Missão de apoio das Nações Unidas para a Líbia (UNSMIL, na sigla em inglês), a qual organiza o diálogo.

O texto indica que as conversas foram construtivas e que as partes trabalham pela formação de um governo de unidade nacional. As partes concordaram que o primeiro passo é um cessar fogo que permita as condições para que se estabeleça um governo. Os participantes rechaçaram de forma unânime o terrorismo, em especial o ataque desta terça a um hotel em Trípoli e deixaram claro que o episódio não comprometerá as atuais negociações. O atentado, reivindicado por um braço da milícia radical Estado Islâmico, deixou ao menos dez mortos, dentre os quais um francês, um americano e três tayicos.

As conversas, iniciadas em 14 de janeiro, devem continuar nas próximas semanas. As Nações Unidas buscam uma solução negociada para o conflito líbio, que se iniciou durante a Primavera Árabe e levou à queda do ditador Muammar Gaddafi em outubro de 2011. Atualmente, estruturas paralelas de governo e parlamento, localizadas em Trípoli e Tobruk, disputam o controle do país.