SÃO PAULO, SP – Em seu relatório mundial de direitos humanos de 2015 divulgado nesta quinta (29), a Human Rights Watch adverte que a crescente instabilidade no mundo (Estado Islâmico, Ucrânia, Boko Haram) tem deixado o respeito aos direitos humanos em segundo plano.
Segundo Kenneth Roth, diretor executivo da Human Rights Watch, os direitos humanos passaram a ser encarados como algo supérfluo que pode esperar por um momento menos turbulento, o que é um grave erro.
Roth lista como principais desafios a ascensão do ISIS e a situação no Iraque e na Síria, a repressão intensificada no Egito sob o presidente Abdel Fattah al Sisi, conflito entre Israel e Palestina, Boko Haram na Nigéria, a resposta “abusiva” do Quênia ao Al-Shabab, crise na Ucrânia, repressão chinesa aos Uigures em Xinjiang, guerra contra as drogas no México, revelações nos EUA de tortura da CIA.
O relatório aponta para várias violações a direitos humanos em Cuba, onde dissidentes não mais são sujeitos a sentenças prolongadas, não ficam mais presos por anos a fio como antes, mas há prisões temporárias arbitrárias, para impedi-los de participar de reuniões e circular livremente.
A Human Rights Watch também adverte que, apesar de dezenas de presos políticos cubanos terem sido libertados como parte do acordo de restabelecimento de relações com os Estados Unidos, ainda há dezenas em prisões cubanas.
Na Venezuela, criticam o uso de força contra manifestantes desarmados e arbitrariedades contra a oposição.
E, no Brasil, a entidade volta a chamar atenção para as mortes cometidas por policiais e militares e as condições das prisões, dando como exemplo o presídio de Pedrinhas no Maranhão.