JULIA BORBA BRASÍLIA, DF – Começa a ser aplicado na próxima segunda-feira (2) o novo valor das bandeiras tarifárias, sistema que permite aumentos mensais sobre o preço da energia. Por decisão da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) haverá um aumento de 83% sobre o valor vigente para a bandeira vermelha. Pela regra, o acréscimo passa de R$ 3 para R$ 5,50 a cada 100 kilowatt-hora (kWh) consumidos. Esse será o novo valor teto, ou seja, o máximo que pode ser aplicado ao mês e que representa momento de elevado custo para compra de energia em todo setor. No mês de março, assim como em janeiro e fevereiro, a bandeira aplicada será a vermelha. AMARELA E VERDE Para a bandeira tarifária amarela -quando gastos com usinas térmicas estão fora do padrão, mas não extremamente elevados-, o preço vai passar de R$ 1,50 a cada 100 kWh consumidos para R$ 2,50. Um aumento de 66,7%. Os novos valores passaram por um curto período de audiência pública ao longo deste mês de fevereiro, entre os dias 9 e 20. A faixa verde, terceira e última do sistema de bandeiras tarifárias, segue o mesmo desenho do sistema original e não deve traz nenhum aumento para os consumidores. Diferentemente do que era feito até este mês de fevereiro, a escolha da bandeira tarifária, quando feita, valerá para todo país. Assim, deixa-se de definir a cor da bandeira regionalmente. As bandeiras tarifárias valem para todo país exceto para os estados do Amazonas, Amapá e Roraima, pois eles ainda não estão plenamente conectados ao Sistema Interligado Nacional. A previsão é de que eles integrem o mesmo sistema a partir de julho de 2015. PROMESSA Antes da aprovação dos novos valores, o ministro Eduardo Braga (Minas e Energia), havia garantido que o aumento não seria superior a 50%. Em 2014, a bandeira vermelha foi aplicada em praticamente todos os meses em todas as regiões do país, exceto em janeiro, quando ela foi amarela para todas as regiões. Em julho, a bandeira também foi amarela, mas apenas para a região Sul. A arrecadação máxima no ano pelo modelo anterior das bandeiras tarifárias seria de R$ 10,6 bilhões (mantendo o sinal vermelho ao longo de todo o ano). Com a mudança aprovada pela Aneel, a arrecadação pode chegar a R$ 17 bilhões em doze meses.