Só na lista do ex-diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa seriam ao menos 28 políticos mencionados como envolvidos no esquema investigado pela operação Lava Jato, segundo informações que vazaram do processo até aqui. No Supretmo Tribunal Federal existem 42 procedimentos equivalentes aos fatos apurados com base nas duas delações. O número não coincide necessariamente com a quantidade de políticos citados no esquema.

Em cada um dos procedimentos, o procurador Geral da República, Rodrigno Janot pode pedir abertura de inquéritos, oferecer denúncias ou ainda solicitar o arquivamento do envolvimento de parlamentares. A tendência é de que, na maior parte dos casos, a Procuradoria-Geral solicite a abertura de inquérito, para que as investigações continuem.

Entre as medidas que podem ser autorizadas pelo Supremo após a abertura de inquérito estão a quebra de sigilo bancário e a oitiva de testemunhas. No Superior Tribunal de Justiça, estão a cargo do ministro Luís Felipe Salomão três procedimentos relacionados ao suposto envolvimento dos governadores Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ) e Tião Viana (PT-AC) e do ex-ministro Mário Negromonte no esquema de corrupção na Petrobras. Esses três últimos casos ficam no STJ, onde governadores e membros dos tribunais de contas têm foro.

Junto do envio das peças, Janot vai solicitar aos ministros-relatores dos dois tribunais que retirem o sigilo das peças nos casos em que não comprometer o andamento do caso. O ministro Luís Felipe Salomão tende a retirar o sigilo assim que as peças chegarem ao STJ. Teori Zavascki, relator do caso no STF, tem mantido discrição sobre os processos da Lava Jato. Não se sabe ainda, na Corte, se ele acatará a sugestão do procurador-geral para derrubar o segredo das investigações. A expectativa é de que uma possível retirada de sigilo no Supremo seja feita de maneira uniforme nas peças para evitar interpretações de privilégio a algum grupo de autoridades sob suspeita.