CURITIBA, PR – FOLHAPRESS – Os professores estaduais do Paraná mantêm nesta segunda-feira (2) a greve que dura mais de três semanas, apesar de o governo do Estado ter obtido uma liminar determinando a volta parcial aos trabalhos.
No último sábado (28), a Justiça determinou o retorno das atividades dos docentes do último ano do ensino médio e de 30% dos servidores administrativos.
O governo de Beto Richa (PSDB) havia solicitado que a paralisação fosse considerada ilegal. Argumentou que se comprometeu a atender às reivindicações dos professores e que mesmo assim a greve foi mantida.
A Justiça considerou que a paralisação das atividades prejudica especialmente os alunos do último ano do ensino médio, que farão vestibular ou Enem ainda em 2015. O prazo dado para o cumprimento da decisão é de 48 horas após a notificação do sindicato dos professores, o que só ocorreu na manhã desta segunda.
Os professores afirmam que vão recorrer da decisão e mantiveram mobilizações na rua nesta segunda. Uma assembleia será realizada na quarta-feira (4) para discutir os rumos da paralisação -não é descartada a possibilidade de encerrar a greve.
O sindicato pede, entre outros pontos, a nomeação de concursados, o pagamento de atrasados e a retirada de propostas que alterem a Previdência.
O governo afirma que vai apresentar um cronograma para os pagamentos e que uma nova proposta para a Previdência será debatida com sindicatos dos servidores. Também diz que o comando de greve faz um “movimento político” para desgastar o governador.
A greve afeta quase 1 milhão de alunos. O governo do Paraná vive uma crise financeira que resultou no atraso do pagamento de benefícios aos professores. Há três semanas, milhares de pessoas protestaram em Curitiba contra um projeto do governo Beto Richa de alterações na Previdência. O governo acabou recuando do pacote de corte de gastos.